Segunda edição do ProSa na Besp celebra diversidade sexual e de gênero na sociedade cearense

27 de junho de 2022 - 16:52 # # #

Texto: Daniel Araújo Fotos: Raiane Ferreira

A reflexão sobre os desafios e as conquistas da luta pela diversidade sexual e de gênero foram o destaque na segunda edição do “Produção do Saber na Biblioteca da ESP” (ProSa na Besp). O evento ocorreu na manhã desta segunda-feira (27) e reuniu gestores, acadêmicos e profissionais da saúde na sede da Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), vinculada da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa)

Falando sobre as principais demandas da população LGBTQIAP+, o residente em Infectologia da ESP/CE, Wesclei Pinheiro, chamou atenção para a centralidade do orgulho de existir de todas essas pessoas enquanto cidadãos em um contexto diverso. “Fazer um apanhado das nossas conquistas é reconhecer causas como o direito ao casamento, à doação de sangue, mas também entender que as pessoas ainda estão morrendo (no Brasil)”, completou.

Para a pedagoga e Mestra em Cultura e Territorialidades pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Wescla Vasconcelos, o debate proposto pelo evento coloca em primeiro plano a necessidade de mudanças na sociedade brasileira. 

“Porque ainda somos carentes de políticas sérias e comprometidas pelo poder público no sentido de se conhecer e incorporar e perceber as falas das pessoas LGBT como instrumentos de colaboração para que a gente possa avançar cada vez mais nesse debate”, ressaltou.

Ainda segundo a debatedora, essa é uma agenda que fala da busca por respeito também na saúde pública para que possamos entender as vivências dessas pessoas a partir das suas mais diversas experiências. “É inadmissível seguirmos com conselhos tutelares sem pensar nas crianças transsexuais, porque elas existem. Eu mesma fui uma criança dessas e segui desprotegida na minha época escolar, assim como milhares de outras ainda seguem”, disse.

Indicadores

Somente no ano de 2021, o Brasil teria registrado cerca de 300 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+. Os dados publicados pelo relatório do Grupo Gay da Bahia, apontam que o país totalizou 276 homicídios e 24 suicídios. O que seria equivalente a uma morte a cada 29 horas. 

 

“Viemos em uma sociedade que nos educou para entendermos que  ser homossexual é errado, ser travesti é errado. Que tudo isso não é certo biologicamente, moralmente ou religiosamente. Mas se nós não existíssemos, não haveria tanta diversidade em diferentes âmbitos da sociedade”, afirmou Silvinha Cavalleire, Coordenadora do Centro Estadual de Referência LGBT+ Thina Rodrigues.

“O nosso entendimento é de que a luta da população LGBT é diária. E aqui no ProSa nós temos trazido exatamente pautas da sociedade que nos inquietam e que estão conosco todo dia como forma de disseminar conhecimento”, concluiu o gerente de Pesquisa em Saúde da ESP/CE, Jadson Franco. 

Assista à íntegra do evento