Gestores debatem desafios da educação em saúde

24 de julho de 2019 - 11:07 # # #

Assessoria de Comunicação e Marketing

As perspectivas e impasses da educação em saúde no Ceará foi o tema da mesa redonda, realizada, hoje pela manhã, dia 24, na Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues. O evento, ocorrido na sala Galba Araújo,  marcou o encerramento da programação comemorativa dos 26 anos de fundação da ESP/CE, iniciada no último dia 22.

A mesa redonda teve como debatedores Salustiano Pessoa, superintendente da ESP/CE; Anamaria Cavalcanti e Silva, da Coordenadoria de Educação em Saúde, Ensino, Pesquisas e Programas Especiais da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Fortaleza; Marcelo Alcântara, da Coordenadoria de Gestão de Trabalho e da Educação em Saúde da Secretaria de Saúde do Ceará; e Heraldo Simões, vice-coordenador do Programa de Ensino na Saúde da Universidade Estadual do Ceará (UECE).

Conduzida por Jadson Franco, do Centro de Investigação Científica (Cenic) da ESP/CE, a mesa redonda foi aberta por Heraldo Simões, cuja apresentação focou na contribuição do Curso de Mestrado Profissional da UECE para o ensino em saúde no Ceará. Ele avaliou que, nos governos anteriores, o ensino da saúde foi destaque nas políticas públicas com uma preocupação voltada para a qualificação dos profissionais de saúde. “Nós entendemos a importância da formação pedagógica e, por isso mesmo, o curso de Mestrado da UECE tem uma natureza interdisciplinar, preparando o docente nas áreas de gestão, currículo, avaliação e inovação tecnológica”, explicou Heraldo Simões.

Anamaria Cavalcanti e Silva, que já foi superintendente da ESP/CE e hoje está na Secretaria Municipal de Saúde, fez uma retrospectiva resumida dos 26 anos da ESP/CE. Ela destacou algumas ações da trajetória da instituição que foram expressivas no ensino da saúde no Ceará. Entre elas, enumerou a realização da EXPOCE, a criação do Centro de Investigação Científica, a publicação da revista Cadernos ESP, a promoção dos Fóruns Temáticos ESP, a criação do Curso de Especialização em Gestão em Saúde e o mais recente Curso de Especialização em Atenção Primária à Saúde. Nessa retrospectiva, Anamaria Cavalcanti reforçou o caráter inovador da ESP/CE na produção e difusão de conhecimento, na formação e na qualificação de profissionais de saúde.

O representante da Secretaria de Saúde do Ceará, Marcelo Alcântara, fez uma reflexão sobre os aspectos históricos para mostrar toda a complexidade do tema e as mudanças ocorridas na prática e no ensino da saúde no Brasil e no mundo. O superintendente da ESP/CE, Salustiano Pessoa, em sua apresentação, ressaltou a significativa contribuição da instituição na educação em saúde, ao longo de´seus 26 anos. Segundo ele, ESP/CE apresenta um saldo de excelência de disseminação do conhecimento, tendo construído, em mais de duas décadas, mecanismos para um novo espaço na educação, na gestão e na atenção à saúde, habilitando trabalhadores para as crescentes demandas do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, Salustiano Pessoa disse que a ESP/CE tem estendido suas ações para a melhoria do bem-estar social da população.

Teoria e prática

De acordo com o Ministério da Saúde, a educação em saúde é um conjunto de práticas do setor que contribui para aumentar a autonomia das pessoas no seu cuidado e no debate com os profissionais e os gestores a fim de alcançar uma atenção de saúde de acordo com suas necessidades. As práticas de educação em saúde envolvem três segmentos de atores prioritários: os profissionais de saúde que valorizem a prevenção e a promoção tanto quanto as práticas curativas; os gestores que apoiem esses profissionais; e a população que necessita construir seus conhecimentos e aumentar sua autonomia nos cuidados, individual e coletivamente.

Embora a definição do MS apresente elementos que pressupõem essa interação entre os três segmentos das estratégias utilizadas para o desenvolvimento desse processo, segundo especialistas em educação em saúde, ainda existe grande distância entre retórica e prática. Especialistas entendem que a educação em saúde, como processo político pedagógico, requer o desenvolvimento de um pensar crítico e reflexivo, permitindo desvelar a realidade e propor ações transformadoras que levem o indivíduo à sua autonomia e emancipação como sujeito histórico e social, capaz de propor e opinar nas decisões de saúde para cuidar de si, de sua família e de sua coletividade.