Ricardo Ceccim defende interprofissionalidade no fazer saúde

29 de novembro de 2018 - 10:39 # # #

 

Uma formação em saúde baseada no conceito da interprofissionalidade. Essa foi uma das reflexões propostas pelo pesquisador e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), Ricardo Ceccim, durante conferência realizada nesta terça-feira, 27, na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE). Intitulada “O SUS Resiste? Caminhos de Luta da Educação Permanente em Saúde no Brasil”, a conferência reuniu profissionais, pesquisadores da área da saúde interessados e envolvidos nas estratégias de implementação do Plano Cearense de Educação Permanente em Saúde.

 

De acordo com Ceccim, a educação dos profissionais que atuam e atuarão na área da saúde deveria ser constituída por práticas de educação interprofissional, cujas diretrizes se pautam igualmente por práticas colaborativas em serviços e sistemas de saúde. “Então, se de um lado nós temos sistemas de saúde, do outro nós teríamos equipes de saúde”, afirma.

 

Para o professor, essa é uma reflexão que pede um olhar atento para a relevância da necessidade de reorganização do fazer saúde, seja no campo dos saberes científicos, seja nos campos do exercício profissional desta área. “Não se trataria mais de pensar o trabalho médico, a profissão médica. Se trata de pensar as profissões em saúde. Pensar respostas de sistema às necessidades sociais em saúde”, reforçou.

 

A ideia, ainda segundo Ceccim, seria a de se compreender as necessidades em saúde e não somente a questão do diagnóstico das doenças. “Haveria necessidade de que aprendêssemos sobre a intervenção em sistemas de saúde e não a intervenção sobre corpos individuais de pessoas acometidas por certo adoecimento”, completou, ressaltando a importância do profissional da saúde se predispor a entender cada um dos processos onde a vida está implicada.

 

Ainda nesta quarta-feira, 28, a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA) por meio das suas Coordenadorias de Gestão da Educação Permanente em Saúde (CEGEPS) e do Núcleo de Valorização, Negociação e Educação no Trabalho (NUVEN), realizaram a segunda etapa da construção coletiva do Plano Cearense de Educação Permanente em Saúde por meio de uma oficina de qualificação. O encontro, que ocorreu na sede da ESP/CE, teve como principal objetivo qualificar o Plano Cearense de Educação Permanente em Saúde (PCEPS).

O programa

 

A conferência ministrada pelo pesquisador Ricardo Ceccim compôs o conjunto de estratégias que ajudarão a construir e implementar o PCEPS. A iniciativa, que está sob coordenação do CGEPS e da SESA, visa retomar o processo de implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), a partir do incentivo ao desenvolvimento de ações para a formação e a educação permanente de profissionais e trabalhadores em saúde necessários ao SUS, pelos estados e municípios do Brasil.

 

Por sua vez, a Política Cearense de Educação Permanente em Saúde está sendo implementada em consonância com a PNEPS, onde é voltada para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores do SUS. Além disso, também é compreendida como uma proposta de ação capaz de contribuir para a necessária transformação dos processos de trabalho e nas práticas de saúde.