RIS-ESP/CE discute “Participação Popular”

9 de março de 2018 - 12:43

Sex, 9 de março de 2018 16:42

 

 

 

A participação popular é uma das principais chaves para a transformação das práticas sociais. Foi em cima desse conceito que a Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), por meio da sua Residência Integrada em Saúde (RIS-ESP/CE), deu segmento a mais um dia de atividades da programação de Imersão dos residentes da Turma V. Reunidos na Universidade Estadual do Ceará (UECE), os profissionais participaram, no último dia 08, de palestra com o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), Ricardo Ceccim.
 
 

 

Durante sua fala, Ceccim debateu conceitos ligados à participação popular e controle social com base no protagonismo, autonomia e emancipação. Para o pesquisador, os profissionais da saúde precisam entender que grande parte das exclusões de direitos incide diretamente nos processos saúde-doença como determinação de sofrimento.
 
 

 

Segundo o professor, os movimentos de liberdade das nossas subjetividades precisam ser reconhecidos como produção de saúde. “É indesejável quando alguém trabalha na saúde e não é favorável aos movimentos de luta por direitos da construção das liberdades na nossa subjetividade”, questiona.
 
 

 

Ancorado nos conceitos de protagonismo e da filosofia Nietzscheana, Ceccim defendeu igualmente o trabalho e compromisso dos profissionais da saúde com a manutenção da “potência de vida”. Ou seja, a vontade que as pessoas tem de dar sentido às coisas e acontecimentos à sua volta. “Embora alguns profissionais de saúde trabalhem muito para tirar a potência de vida dos usuários, recomendando internação psiquiátrica, cura gay ou que as mulheres fiquem em casa, por exemplo”, contestou.
 
 

 

É por isso que os movimentos de participação popular, na visão do pesquisador, são essenciais para a afirmação do protagonismo e da autonomia no seio da sociedade. Segundo ele, “esses movimentos servem para marcar o lugar da produção de direitos e a oposição a lugares de hegemonia vigentes”.  
 
 

 

Ceccim encerrou sua palestra dirigindo-se aos residentes. O professor instigou os novos profissionais a se abrirem às suas próprias dúvidas no exercício cotidiano dos seus trabalhos. Para o pesquisador, essa é uma das formas de garantir êxito profissional. “Por não perguntar, não poder perguntar e não poder parecer que não sabe, não pergunta nada e faz errado. É melhor sair deste lugar e ir para o lugar da potência da dúvida, da pergunta, do encontro, da colaboração e do compartilhamento”, orientou.

 
 
 

 

Ainda durante a programação, a Imersão RIS-ESP/CE contou com apresentações do coletivo Roda Gira a partir do tema “Produção e Criação do Conhecimento Comprometido com a Transformação da Realidade e Emancipação dos Sujeitos Envolvidos (Competência VII).
 
 

 

Já no período da tarde, a atividade “Movimenta RIS” trouxe uma encenação seguida de um jogral  em alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 08 de março. Na sequência, foi realizada uma roda de conversa com representações da população LGBT, Indígena e Negra. Participaram do debate as docentes Luma Andrade e Iara Fraga, Syssa Ádley, Cacique Pequena e Dona Raimunda.
 
 
 
 
Até o próximo dia 23, a RIS-ESP/CE dará segmento à programação da Imersão da Turma V. E durante um período de três semanas, os 303 residentes estarão imersos em um processo formativo que adota estratégias pedagógicas participativas, conceituais e metodológicas, tais como: “Roda Viva do SUS”, “Café com Política”, “Se achega RIS”, “Conversa de Sofá”, dentre outras. 
 
 
 
 
 
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