Dia da Mulher é celebrado na ESP/CE

8 de março de 2018 - 07:39

Qui, 8 de março de 2018 11:34

O Dia Internacional da Mulher teve programação especial na Escola de Saúde Pública do Ceará. Numa iniciativa da Diretoria de Pós-graduação em Saúde (Dipsa), a data foi celebrada com um saboroso café da manhã, seguido de debate sobre a situação da população feminina, do lançamento do Caderno “Diálogos sobre Enfrentamento à Violência Contra a Mulher” e da exibição do filme holandês “A Excêntrica Família de Antônia”

 

Conduzido por Maria de Lourdes Góes, da Dipsa, o debate focou no perfil da violência contra a mulher, nas conquistas alcançadas pelos movimentos sociais e nas carências de políticas públicas eficazes para enfrentar questão. Ela apresentou resultados de pesquisas feitas com homens e mulheres, que revelam como a problemática da mulher, apesar dos avanços, ainda necessita da implementação de medidas capazes de reduzir o elevado índice de violência praticado contra as mulheres.

No debate, Maria de Lourdes Góes se apoiou nas informações publicadas no Caderno “Diálogos sobre Enfrentamento à Violência Contra a Mulher”. O Caderno é uma iniciativa conjunta da Universidade Regional do Cariri (URCA), por meio do Observatório da Violência dos Direitos Humanos, e da Diretoria de Pós-Graduação em Saúde (Dipsa), da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).
 

 

O Caderno consta de uma parte introdutória, com uma breve discussão sobre a violência contra a mulher, sua relação com a saúde, alguns dados nacionais, uma apresentação sobre o Observatório, uma segunda parte com os dados coletados em tabelas e gráficos, associados a uma breve análise dos dados, e uma terceira parte com uma apresentação da campanha 16 dias de ativismo realizada em 2017.
 

Violência

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a violência contra a mulher, uma forma extrema de desigualdade de gênero, é um problema de saúde pública e dos direitos humanos, que atinge um grande número de mulheres em todo o mundo. A OMS revela que, na Região das Américas, ao longo da vida, uma em cada três mulheres sofre violência doméstica, praticada pelo parceiro íntimo, ou violência sexual, praticada por outra pessoa que não seja o parceiro.
 

O enfrentamento à violência contra as mulheres no Brasil tem as suas primeiras manifestações nos anos 70, como uma das principais bandeiras de luta da segunda onda do feminismo no país. Sob a insígnia “Nosso Corpo nos pertence”, “Quem Ama Não Mata” e “O privado é político”, as feministas reivindicavam o direito ao corpo, ao prazer e lutavam contra o patriarcado e machismo.
 

De acordo com a OMS, a violência contra a mulher pode ter consequências profundas e duradouras para a saúde das sobreviventes, inclusive lesão física, gravidez indesejada, aborto, doenças sexualmente transmissíveis (como a infecção pelo HIV/AIDS), além de uma série de impactos negativos na saúde mental.

Um dos estudos mais recentes, publicado, em 2015, sobre o perfil da violência contra a mulher no Brasil, informa que o Brasil ocupa a quinta posição entre 83 países, em violência cometida contra as mulheres, com uma taxa de 4,8/100 mil mulheres. Com o advento da Lei Maria da Penha, em 2006, observa-se uma queda no número de crescimento ao ano, passando de 7,6, em 1980, para 2,5, em 2006, sendo que a partir de 2010 volta a crescer.
 

No Ceará
 
Em 2013, o Ceará ocupava a oitava posição no ranking nacional e a terceira posição na Região Nordeste. No período de 2006 a 2013, houve aumento de casos de homicídios femininos no Ceará da ordem de 107,5%. No período de 2003 a 2013, o crescimento das taxas no ranking nacional no Ceará ocupou a quinta posição com um amento de 140,8%. No período de 2006 a 2013, o Ceará ocupou o terceiro lugar, apresentando um crescimento de 96,1%.
 

Na Região Nordeste, no período 2003 a 2013, houve crescimento da taxa de homicídios em mulheres da ordem de 79,3%, primeiro lugar em crescimento entre as regiões brasileiras. Em segundo lugar, ficou a Região Norte com um crescimento, no mesmo período, 53,7%.
 

Filme

Após o intervalo do almoço, às 15 horas, houve a exibição do filme holandês “A Excêntrica Família de Antônia”, ganhador do Oscar, na categoria Melhor Filme Estrangeiro, em 1996. O filme conta a história de Antônia, uma mulher diferente das demais de sua época. Viúva com uma filha adolescente, muda-se para fazenda onde nasceu após a morte da mãe. Antônia enfrenta os preconceitos de uma sociedade matriarcal, que se escandaliza com o seu comportamento.

 

 

 

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