ESP/CE debate perspectivas no enfrentamento à AIDS

22 de dezembro de 2017 - 09:48

Sex, 22 de dezembro de 2017 13:29

 

 

Os desafios da prevenção e tratamento da AIDS foram tema do III Colóquio ESP: Saúde em Foco. Reunidos na manhã do dia 21, na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), os colaboradores da instituição, gestores e outros profissionais ligados às redes de saúde de Fortaleza participaram de um debate acerca dessa que é uma das mais importantes temáticas na área da saúde pública.
 
 
 
Mediado pelo jornalista  e assessor de comunicação da ESP/CE, Marcos Saudade, o colóquio foi debatido pelo superintendente da ESP/CE, Salustiano Gomes de Pinho Pessoa (médico especialista em cirurgia geral oncológica e cirurgia plástica e microcirurgia reconstrutiva); por Roberto da Justa Pires Neto (médico infectologista do Hospital São José de Doenças Infecciosas, professor da Faculdade de Medicina da UFC e Mestre e Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo); Ícaro Diógenes Evangelista ( psicólogo do Hospital São José de Doenças Infecciosas e membro da Residência Integrada em Saúde com ênfase em infectologia) e por Diego Medeiros, sociólogo, Mestre em Saúde Coletiva e Doutor em Sociologia.  
 
 

 

O superintendente da ESP/CE, Salustiano Pessoa, iniciou o debate reiterando a relevância desse momento, uma vez que ele vai ao encontro do compromisso da instituição com a sociedade. “A ESP/CE é, essencialmente, uma escola da população e para a população”, enfatizou, destacando esse posicionamento como um dos caminhos para a aproximação da instituição com a sociedade.
 
 

 

Esse aproximar-se da saúde pública, dentro do componente social, foi ressaltado também pelo médico Roberto da Justa Neto. Para ele, o Ceará acumula, ao longo dos últimos cinco anos, experiências exitosas no campo do tratamento e acompanhamento de pacientes com HIV. “A ESP/CE teve um papel importante nesse processo”, disse, destacando os cursos para profissionais da saúde realizados em parceria com a Secretaria da Saúde do Ceará (SESA). “Essas capacitações ofertadas pela ESP/CE permitiram que a gente iniciasse experiências de atendimento na Atenção Primária”, completou.
 
 

 

A descentralização das ações em favor de uma ampliação ao acesso às pessoas que precisam de atendimento foi outro ponto chave colocado pelo sociólogo e mestre em Saúde Coletiva, Diego Medeiros. Entretanto, o pesquisador ressaltou o aumento nos casos de infecção por HIV entre os jovens de faixas etárias entre os 15 a 24 anos das regiões Norte e Nordeste. “Não tem como a gente pensar a prevenção como uma prevenção prescritiva, protocolar. Ela só funciona quando a gente atua junto do território. Quando estamos junto com as pessoas”, reforça.
 
 

 

E esse é um pensamento que também foi partilhado pelo psicólogo e residente Ícaro Evangelista. Para ele, é vital discutirmos HIV e AIDS considerando igualmente seus aspectos sociais. “E ver o singular de cada um. Então, a gente precisa reconhecer quem são esses sujeitos que estão ou deveriam ser acolhidos em nossos serviços”, destaca, estimulando uma necessária aproximação por parte dos serviços de saúde junto a esses sujeitos sociais”, disse.
 
 

 

As barreiras que compõem esse índice sociocultural do enfrentamento à doença foram ainda pontuado por Diego Medeiros. De acordo com o sociólogo, os avanços tecnológicos no tratamento à doença é uma realidade, mas tópicos como a redução de danos ainda são barreiras no enfrentamento à infecções.
 
 

 

Ele citou as discussões abertas sobre sexualidade nos espaços públicos, convidando a população e os grupos sociais para o debate sobre os riscos da doença, como uma relevante ferramenta a serviço de uma pedagogia da prevenção. “Se pensarmos a prevenção dessa forma, não estaremos dando respostas efetivas para a epidemia contemporânea da AIDS”, concluiu.
 
 
 

 

Desde a descoberta da doença na década de 1980 até hoje, 65 milhões de pessoas já foram infectadas com o HIV, tendo mais de 25 milhões chegado a óbito nesse período em todo o mundo. Em 2016, o Ceará registrou 309 casos do vírus, número bem acima da média nas décadas de 1980, 1990 e 2000.
 
 

 

Estimativas do Ministério da Saúde indicam que, no Brasil, o número de contaminados pela Aids subiu nos últimos anos. A falta de prevenção é o principal motivo para o aumento dos casos. Em 2010, 700 mil brasileiros tinham Aids. 
 
 
 
 
 
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