III Colóquio ESP debate a Aids

12 de dezembro de 2017 - 12:22

 Ter, 12 de dezembro de 2017 16:20

 

 

 

 

A Escola de Saúde Pública do Ceará promove, no dia 21 deste mês, a terceira edição do Colóquio ESP: Saúde em Foco. O tema dessa nova edição será a “Aids: como prevenir e como tratar?” e o debate acontecerá, de 10 às 11h30, no anexo da ESP/CE.

O tema será debatido pelo superintendente da ESP/CE, Salustiano Gomes de Pinho Pessoa (médico especialista em cirurgia geral oncológica e cirurgia plástica e microcirurgia reconstrutiva); por Roberto da Justa Pires Neto ( médico infectologista do Hospital São José de Doenças Infecciosas,  professor da Faculdade de Medicina da UFC e Mestre e Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo); Ícaro Diógenes Evangelista ( psicólogo do Hospital São José de Doenças Infecciosas e membro da Residência Integrada em Saúde com ênfase em infectologia) e por Diego Medeiros, sociólogo, Mestre em Saúde Coletiva e Doutor em Sociologia.

 

 

Incidência

Desde a descoberta da doença até hoje, 65 milhões de pessoas já foram infectadas com o HIV e mais de 25 milhões morreram. Por conta disso, a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é um grave problema de saúde pública em todo o mundo.

Em 2016, o Ceará registrou 309 casos do vírus, número bem acima da média nas décadas de 1980, 1990 e 2000. A capital cearense concentra 55% dos casos de Aids confirmados no Ceará em 2016. Somente no primeiro semestre de 2016, foram registrados 309 casos do vírus, sendo 171 em Fortaleza. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado, a doença ocasionou 93 óbitos em 2016, sendo 54 na capital. No Ceará, de 1980 a 2010, eram registrados em média 49 casos por ano. Já em 2016, foram 309 apenas no primeiro semestre.

Estimativas do Ministério da Saúde indicam que, no Brasil, o número de contaminados pela Aids subiu nos últimos anos. A falta de prevenção é o principal motivo para o aumento dos casos.  Em 2010, 700 mil brasileiros tinham Aids. Em 2015, eram 830 mil pessoas infectadas pelo vírus. Esse aumento vai na contramão de outros países. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o número de casos caiu, apesar que pouco, em todo o mundo. Em 2010, eram 2,2 milhões de casos. Em 2015, eram 2,1 milhões de casos.

Seguindo a tendência nacional, em Fortaleza, a epidemia de Aids está concentrada nas populações chaves, como as que vivem em situação de rua, profissionais do sexo, pessoas privadas de liberdade, gays, travestis e homens que fazem sexo com homens (HSH). Mas, isso não significa dizer que as pessoas heterossexuais estão livres da epidemia. Qualquer pessoa, independentemente de orientação sexual ou situação econômica, pode adquirir o vírus do HIV, se não incluir no seu dia a dia as medidas de prevenção.

Aids nas mulheres

As mulheres representam 50% das pessoas vivendo com o HIV no mundo e 60% da população infectada na África, segundo pesquisa da ONU. A organização reconhece que a desigualdade de gênero e todas as formas de violência contra as mulheres são fatores determinantes do crescimento da vulnerabilidade feminina à doença.

A partir da década de 90, vários fatores contribuíram para a chegada da epidemia ao segmento de mulheres: a falta de acesso a serviços de saúde específicos; a persistência de padrões culturais e religiosos que interferem negativamente na adoção de medidas preventivas como o uso do preservativo; o acesso limitado ao tratamento com anti-retrovirais; e a violência doméstica e sexual.

No Brasil, está ocorrendo o que se chama de feminização da doença. Após mais de 20 anos do surgimento da Aids, de acordo com dados do Ministério da Saúde, o número de casos entre a população de 13 a 19 anos das classes C, D e E se tornou maior nas mulheres em 1998, quando foi registrado oito casos em meninos para cada dez em meninas. Do total verificado até junho de 2009, 49,4% foram diagnosticados em meninas.

Transmissão e tratamento

Aids é uma doença que ataca o sistema imunológico devido a destruição dos glóbulos brancos. A infecção da Aids se dá pelo HIV, vírus que ataca as células do sistema imunológico, destruindo os glóbulos brancos. A falta desses linfócitos diminui a capacidade do organismo de se defender de doenças oportunistas, causadas por microorganismos que normalmente não são capazes de desencadear males em pessoas com sistema imune normal.

O HIV pode ser transmitido pelo sangue, esperma e secreção vaginal, pelo leite materno, ou transfusão de sangue contaminado. O portador do HIV, mesmo sem apresentar os sintomas da Aids, pode transmitir o vírus. Por isso, é  importante o uso de preservativo em todas as relações sexuais. Sabendo disso, pode-se conviver com uma pessoa portadora do HIV ou da Aids. Pode beijar, abraçar, dar carinho e compartilhar do mesmo espaço físico sem ter medo de pegar o vírus da Aids.

A Aids não tem cura. Mas, os portadores do HIV dispõem de tratamento oferecido gratuitamente pelo Governo. Ao procurar ajuda médica, em um dos hospitais especializados em DST/Aids, o paciente terá acesso ao tratamento anti-retroviral. Os objetivos do tratamento são prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente com Aids, pela redução da carga viral e reconstituição do sistema imunológico. O atendimento é garantido pelo SUS, por meio de ampla rede de serviços.

O Brasil distribui 15 medicamentos anti-retrovirais na rede pública de saúde. Esses medicamentos retardam o aparecimento da Aids e possibilitam maior qualidade de vida ao portador do vírus. Os anti-retrovirais agem na redução da carga viral e na reconstituição do sistema imunológico.

 

 

 

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