ESP/CE promove curso de Hanseníase e Tuberculose
5 de setembro de 2017 - 06:39
Ter, 5 de setembro de 2017 10:20
O curso acontecerá no período de 11 a 15 de setembro, das 8 às 17horas, na sede da (ESP/CE), Laboratório de Informática (Anexo), localizada na Av. Antônio Justa, 3161, bairro Meireles, em Fortaleza. Ele será destinado a profissionais da vigilância epidemiológica e técnicos digitadores da tuberculose e hanseníase. As despesas com deslocamento e hospedagens ficarão por conta do participante.
Segundo último Boletim Epidemiológico de Hanseníase do Ceará, a análise da série histórica da hanseníase no Estado no período de 2008 a 2015 revela que no primeiro ano foram notificados 2.570 casos, com uma taxa de detecção de 30,41/100.000 habitantes, enquanto que em 2015 (dados parciais até 26.01.2016 ) foram notificados 1.743 casos novos, com taxa de detecção de 20,25/100.000 habitantes. Segundo os parâmetros da Portaria 3.125, de 7 de Outubro de 2010, a taxa se mantém muito alta ao longo do período analisado. Ainda segundo o boletim epidemiológico, quanto ao acompanhamento dos casos notificados e assistência aos familiares que convivem com o caso de hanseníase, observa-se a partir de 2012 uma tendência de diminuição no percentual de contatos examinados.
No Ceará, segundo Boletim Epidemiológico2, a tuberculose apresenta-se de forma endêmica e, entre os anos de 2011 a 2016, o número de casos novos de tuberculose praticamente se manteve estável. Em 2011, foram diagnosticados 3.653 casos novos de tuberculose e 3.341 casos em 2016. Ao longo desses cinco anos, observa-se redução do coeficiente de incidência, passando de 43,2/100 mil habitantes em 2011 para 37,5/100 mil habitantes em 2016, o que corresponde a uma redução de 13,1%. Entre os anos de 2011 a 2015, houve queda de 18,5% no percentual de cura, passando de 73,3% (2011) para 59,7% (2015). No ano de 2016 o percentual de 21,5%, retrata uma queda bastante significativa, mesmo se tratando de dados preliminares.
Vigilância
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica curável causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, o qual afeta principalmente a pele, nervos periféricos, mucosa do trato respiratório superior e olhos. Este bacilo tem a capacidade de infectar um grande número de indivíduos, podendo resultar em danos progressivos, com padrões característicos de deficiência que inclui ulceração da pele e deformidade nas articulações. A hanseníase é considerada um problema de saúde pública devido ao fato de poder causar incapacidades permanentes, bem como por suas consequências sociais, tais como discriminação e estigma .
A estratégia para redução da carga em hanseníase baseia-se essencialmente no aumento da detecção precoce e na cura dos casos diagnosticados. Monitorar a detecção de novos casos da doença é importante uma vez que este indicador serve para medir a morbidade, a magnitude e a tendência da doença .
A vigilância da hanseníase tem sido intensificada com o objetivo de acompanhar a evolução da endemia e interromper a cadeia de transmissão da doença. O Ministério da Saúde recomenda que os estados e municípios alcancem a meta de, pelo menos, 75% de contatos examinados. Esse indicador serve para avaliar a capacidade dos serviços em realizar a vigilância de contatos intra domiciliares de casos novos de hanseníase para a detecção de novos casos da doença e também monitorar o resultado das ações pactuadas nos documentos de gestão da saúde.
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas (BRASIL, 2014). Apesar de ser uma doença curável com tratamento viabilizado integralmente pelo SUS, representa problema grave de saúde pública, com maior incidência entre populações vulneráveis, como: indígenas, população vivendo com HIV/Aids, população privada de liberdade e moradores em situação, que tem uma maior probabilidade de adoecer e que muitas vezes não conseguem acessar os serviços de saúde.
Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2010 foram diagnosticados e notificados 6,2 milhões de casos de tuberculose no mundo, sendo 5,4 milhões de casos novos, equivalentes a 65% dos casos estimados para o mesmo ano. A Índia e a China representam 40% dos casos notificados e o Brasil está entre os 22 países que concentram 82% dos casos de tuberculose no mundo.
( ascom@esp.ce.gov.br)
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