Curso da ESP/CE aborda Vigilância da Tuberculose

14 de junho de 2017 - 06:30

14 de junho de 2017 10:14

 

 

A Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), em parceria com a Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria Estadual de Saúde do Ceará (COPROM/SESA/CE), promoverá o Curso Básico de Práticas Docentes em Vigilância e Controle das Ações de Tuberculose. A iniciativa tem como objetivo capacitar os profissionais da atenção primária para o desenvolvimento de habilidades necessárias à estruturação e organização da rede de atenção à Tuberculose no Estado do Ceará.
 

O curso será organizado pelo Centro de Educação Permanente em Vigilância da Saúde. Acontecerá em seu 1º Módulo de 19 a 21 de junho , 2º Módulo, de 27 a 28 de julho,, das 8 às 17 horas, na Escola de Saúde Pública do Ceará, Sala 05 (Anexo), situada na avenida Antônio Justa, 3161, bairro Meireles. Ele é voltado aos profissionais da rede de atenção básica.
 

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões. Anualmente, são notificados cerca de 10 milhões de novos casos em todo o mundo, levando mais de um milhão de pessoas a óbito. O surgimento da Aids e o aparecimento de focos de tuberculose resistente aos medicamentos agravaram esse cenário.
 

Panorama
 

No Brasil, a tuberculose é um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem 4,5 mil mortes em decorrência da doença. A tuberculose tem cura e o tratamento é gratuito e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde.
 

No mundo, mais pessoas morrem de tuberculose do que de outras infecções curáveis. A cada dia 20 mil pessoas adoecem e 5 mil morrem. No Brasil, os índices da doença, que diminuíam na década de 80 do século passado, voltaram a crescer nos anos 90. No Ceará ocorreu redução da taxa de incidência entre 2001 e 2013, de 46,5 para 40,4 por 100 mil habitantes. O Programa Estadual de Controle da Tuberculose tem desenvolvido ações que objetivam a ampliação do acesso ao diagnóstico precoce e tratamento.

Teste rápido
 

Em 2014, o Ministério da Saúde implementou o teste rápido molecular TRM-TB para identificar e tratar imediatamente o paciente. Nesse ano, a coordenação do Programa Nacional de Controle da Tuberculose distribuiu 175 equipamentos de teste rápido a 94 municípios – onde se concentram 55% dos casos novos e retratamentos registrados no Brasil. Denominado “Gene Xpert”, o teste detecta a presença do bacilo causador da doença em duas horas e identifica se há resistência ao antibiótico rifampicina, usado no tratamento básico. O exame laboratorial tradicional pode levar de um a dois meses. Em um ano, foram realizados mais de 145 mil testes.

No final de 2014, o Ceará foi liberado pelo Ministério da Saúde para realizar o teste rápido de tuberculose, através do Gene Xpert. O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) foi habilitado como coordenador de seis unidades – Hospital de Messejana, Unidade Prisional Otávio Lobo, Centro de Saúde de Sobral, Centro de Especialidades José Alencar, Hospital São José e Hospital Abelardo Gadelha Rocha em Caucaia, que foram contempladas com a instalação do equipamento.
 

Em 2015, começou uma nova etapa do combate à tuberculose, superando a meta de controle da doença e partindo para a perspectiva de sua eliminação como problema relevante de saúde pública. O Ministério da Saúde assumiu compromisso de reduzir em 95% os óbitos e em 90% o coeficiente de incidência da doença até 2035.
 

Transmissão
 

A tuberculose é causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas também pode ocorrer em outras partes do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). Na maioria das pessoas infectadas, os sinais e sintomas mais frequentemente são tosse seca contínua, no início da doença, depois tosse com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo; febre baixa geralmente à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez; emagrecimento acentuado; rouquidão; fraqueza e prostração.
 

A transmissão é direta, de pessoa a pessoa, por meio de pequenas gotas de saliva expelidas ao falar, espirrar ou tossir. Somente 5% a 10% dos infectados pelo bacilo de Koch adquirem a doença. O tratamento deve ser feito por um período mínimo de seis meses, sem interrupção, diariamente. No esquema básico, são utilizados quatro fármacos: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Os pacientes que seguem o tratamento corretamente são curados.

Para prevenir as formas mais agressivas da doença, é necessário imunizar as crianças, no primeiro ano de vida, ou no máximo até quatro anos, com a vacina BCG. O risco de transmissão é maior entre pessoas que vivem em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar. A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados.
 

A pobreza, desnutrição, más condições sanitárias e alta densidade populacional são fatores que contribuem para a disseminação da doença. Apenas com o cumprimento das metas de detecção de no mínimo 70% dos casos de tuberculose e cura de 85% desses casos o controle da doença será efetivo, possibilitando a redução da incidência em 5% ao ano.

 

 

 

Assessoria de Comunicação e Marketing da ESP/CE
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