RIS-ESP/CE discute os desafios da intersetorialidade na saúde

17 de março de 2017 - 10:37

Sex, 17 de março de 2017  07:43

 

 

 

 
O profissional da saúde deve olhar para os processos de territorialização na atenção básica de um modo cada vez mais amplo. Foi em torno desse conceito que a pesquisadora Raquel Rigoto participou, no dia 16, de mais um encontro com os residentes da Residência Integrada em Saúde (RIS-ESP/CE) dentro das atividades do programa “Café com Política”.
 
Evocando a um convite à intersetorialidade, a professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) destacou a importância de os profissionais de saúde estarem integrados a todos os atores sociais que também atuam e são responsáveis pela criação de um tecido social cada vez mais organizado e cientes de seus deveres e direitos.
 
 
Ela explica que, diferente do modo vertical como os atuais programas em saúde atuam, considerando apenas a organização da atenção segundo ciclos de vida e patologias prevalentes, faz-se necessário levar em conta as relações saúde-trabalho-ambiente. “Como é que nós podemos avaliar o estado de saúde de uma pessoa sem considerar o que ela faz pelo menos em 1/3 de cada dia dela, que é o trabalho”, questiona.
 
A autonomização na atenção à saúde dos trabalhadores, sobretudo do meio rural, foi, portanto, pontuada por Raquel. Ela cita a política acerca do uso de agrotóxicos e consequente contaminação de alimentos e exposição de quem os consome como um dos pontos de maior entrave no cumprimento do Sistema Único de Saúde enquanto instância responsável pela supervisão e monitoramento dos órgãos atuantes nas empresas.
 
“E nós, enquanto consumidores de alimentos não podemos pensar que isso está acontecendo somente no campo, onde se produzem os alimentos. Isso chega nas nossas mesas”, alerta Raquel, atentando aos números que colocam o Brasil como maior consumidor mundial de agrotóxicos desde 2008 e o mercado de agrotóxicos cujas operações no Brasil movimentariam cerca de 11,8 Bilhões de dólares, segundo dados do sindicato do setor.
 
A exposição de Raquel fez parte de mais um encontro da atividade “Café com Política”, onde durante a última semana os residentes tiveram a oportunidade de trocar ideias e vivências junto a pesquisadores e profissionais de diferentes campos do saber. 

 

 

 

 

 

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