Simpósio debate desafios do desenvolvimento infantil
7 de outubro de 2016 - 06:27
Sex, 07 de outubro de 2016 10:26
Os desafios dos profissionais de saúde para vigilância do desenvolvimento infantil e as alterações e problemas comportamentais que repercutem no desenvolvimento na primeira infância foram os temas das palestras proferidas por Sophie Eickmann, na manhã do segundo dia do I Simpósio da Primeira Infância, realizado pela Escola de Saúde Pública do Ceará, em parceria com o Mestrado Profissional na Saúde da Criança e do Adolescente da UECE. Pernambucana, a médica Sophie Eickmann é especialista em Neurologia Pediátrica e se dedica aos estudos do desenvolvimento infantil. Sua tese de doutorado teve como tema o “Desenvolvimento infantil: fatores determinantes e impacto de um programa de estimulação psicossocial”.
Voltado para estudantes e profissionais que atuam no segmento da primeira infância, o Simpósio tem como objetivo apresentar, para a comunidade científica e profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), trabalhos e pesquisas desenvolvidas, prioritariamente, pelos mestrandos e docentes do Mestrado Profissional na Saúde da Criança e do Adolescente da UECE e experiências bem-sucedidas do sistema de saúde e educação do Ceará no segmento da Primeira Infância.
Em suas palestras, Sophie Eickmann relatou os principais fatores determinantes do desenvolvimento infantil e destacou relevantes programas de intervenção nesta área. Com base em pesquisa feita por ela, a médica disse que as precárias condições socioeconômicas e de estimulação domiciliar, além dos fatores biológicos, como o peso ao nascer, sexo masculino, a desnutrição e anemia estão associadas a um pior desempenho do desenvolvimento mental e motor aos 12 meses de vida. Ela defendeu a implantação de um programa de estimulação psicossocial, de baixo custo e de base comunitária, como forma de melhorar significantemente o desenvolvimento infantil.
Mesmo com a limitação dos dados disponíveis na literatura, Sophie Eickmann disse que há evidências consistentes de que milhões de crianças continuam apresentando desenvolvimento mental e motor insatisfatório, não atingindo seu potencial de desenvolvimento. Por conta disso, essas crianças têm menor chance de obter bom aproveitamento escolar e de se tornar cidadãos plenamente produtivos. Esse fato leva a repercussões negativas , frisou ela.
O conhecimento dos fatores determinantes do desenvolvimento infantil, a curto e longo prazo, segundo a médica, deveria influenciar as políticas de saúde e educação, no sentido de possibilitar a identificação de populações de risco, que possam se beneficiar com programas de abordagem preventiva e/ou terapêutica. Ela sustentou a necessidade de pesquisas objetivando a delimitação do problema e o desenvolvimento de programas de intervenção de baixo custo, de fácil capacitação de recursos humanos e que possam ser absorvidos pela rede de saúde básica, visando um impacto positivo sobre o desenvolvimento infantil.
Relatos de experiências
A primeira infância em situação de vulnerabilidade e as intervenções no desenvolvimento foi tema da palestra de Sulivan Mota, realizada também no auditório principal da ESP/CE. Pela manhã, aconteceram, ainda o debate sobre “Zika e as repercussões na visão das crianças”, por Islane Castro Verçosa, e a “Zika e os impactos no processo de desenvolvimento da criança”, por André Pessoa.
A programação teve continuidade, na parte da tarde, com a exibição do filme “Caminhando com Tim Tim”, seguida de debate com Álvaro Medeiro Leite e Haydeé Augusto. Na sequência, foram apresentados relatos de experiências exitosas do Programa Cresça com Seu Filho e da Rede da Primeira Infância. No final, teve uma mini-conferência sobre “Educação: Ferramenta Essencial para o Desenvolvimento da Criança”, por Ieda Pires.
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