Educação Ambiental é foco no Curso Técnico de Vigilância em Saúde

8 de julho de 2016 - 12:39

Sex, 08 de Julho de 2016 16:39

 

 

 

O Curso Técnico de Vigilância em Saúde (CTVS) deu início, no mês passado, às suas atividades de estágio II. Durante o período que vai de 02 de junho a 30 de julho, os alunos-profissionais do SUS realizarão ações nos quatro municípios da 7ª Região de Saúde, ligadas à Vigilância Ambiental. As atividades serão de acompanhamento de coleta de água do Programa Vigiágua e sua alimentação no SISAGUA, bem como visitas a locais que sofreram impactos ambientais decorrentes da ação do Homem.

Nesse sentido, os estudantes farão visitas às localidades da região para respectivas análises, discussões dos problemas e situações causadoras de possíveis impactos ambientais. Até o momento foram realizadas duas visitas. Uma, que se deu em 23 de junho na Estação Ambiental Mangue Pequeno e nas Salinas no município de Icapuí e outra às margens do rio Jaguaribe, em Itaiçaba.

De acordo com Zenilde Pereira da Silva, educadora ambiental, a estação ambiental recebe muitas visitas de instituições de todo o Brasil. A pedagoga ressaltou a relevância do equipamento, principalmente em relação aos trabalhos de conscientização ambiental junto às crianças. “Aqui, elas se tornam protagonistas nessa área e crescem com a consciência sensível para a educação ambiental e no cuidar do seu patrimônio através da utilização de ferramentas que temos no município”, relata.

Para a aluna Maria do Socorro Rodrigues, o Projeto “De Olho na Água”, realizado em Icapuí, é um exemplo de como a sustentabilidade pode construir diretrizes para um dia a dia mais saudável. “Como técnicos em vigilância em saúde, poder realizar um projeto desse nível e apresenta-lo aos nossos gestores como uma opção de qualidade de vida, é fundamental”, afirmou.

O olhar da orientadora de estágio Louise Myrella foi de encontro ao de Maria do Socorro. Para ela, “a experiência vivida pelos alunos do CTVS foi de grande valia no âmbito dos reconhecimentos e dos impactos causados pelas agressões ambientais na esfera da saúde publica, pois mostrou um olhar diferenciado mostrando a conjuntura das atividades realizadas pelo projeto de olho na água na região de Icapui”.

 

 

 

De Olho na Água

Idealizado através do Programa Petrobrás Socioambiental, o projeto “De Olho na Água” é uma das iniciativas implantadas pela empresa nas comunidades de Icapuí, no litoral leste cearense.  A partir de diretrizes básicas como planejamento e gestão ambiental; desenvolvimento socioeconômico sustentável; mudança de atitude, a ação tem oferecido uma importante contribuição para a mudança de posicionamento das comunidades em relação ao meio ambiente, garantindo sua adesão e protagonismo por meio do conhecimento científico e da mobilização partilhada.

De acordo com a equipe que coordena o projeto, a água ainda é um bem escasso em Icapuí. E  a partir de uma visão ecossistêmica, a região foi trabalhada em função da localização estratégica e importância ecológica. Nesse sentido, cinco comunidades foram priorizadas para receber canteiros bio-sépticos e cisternas para captação de água.

Visita à Itaiçaba

 

 

 

No dia 29 de junho, os alunos do CTVS Aracati realizaram nova visita técnica, dessa vez no município de Itaiçaba. Entretanto, diferentemente dos exemplos de sustentabilidade observados em Icapui, os alunos afirmam ter atestado um delicado cenário de exploração desordenada na região do mangue pelo extrativismo vegetal e a carcinicultura.

“O desequilíbrio ambiental pode ser visto em toda parte, no desmatamento para construção dos viveiros, no assoreamento do rio por desvios artificiais de seu curso, na redução do fluxo da corrente tornando a água salobra pela entrada do mar no rio”, afirma a orientadora Josivana Jovino, destacando que as visitas cumprem, nesse sentido, um importante papel já que “descortinam um grande mercado de trabalho e/ou progressão de carreira dos alunos e futuros Técnicos de Vigilância em Saúde”.

De acordo com Francilete Gomes, Supervisora Pedagógica do CTVS, a visita em Itaiçaba foi relevante porque os alunos tiveram a oportunidade de perceber e detectar os impactos ambientais causados em decorrência da ação desenfreada do homem. Despertar, nesses alunos, um olhar diferenciado sobre a Vigilância Ambiental associando com os benefícios que o profissional da Vigilância em Saúde pode trazer para seus municípios é crucial para o desenvolvimento de uma formação crítica e reflexiva.

“O Rio Jaguaribe, que passa pelo município de Itaiçaba, está morrendo e os alunos puderam caminhar no leito do rio onde deveria ter água. É um impacto para a saúde da população, pois nós estamos vivendo um momento de seca associado aos resíduos que são jogados no rio, provenientes da agricultura, trazendo impactos enormes para a saúde da população desta região”, pontua.

 

Depoimentos

Samile Andrade, orientadora e médica veterinária
“Nas duas últimas semanas nós tivemos duas grandes visitas. Uma delas nos mostrou como pessoas felizes e preocupadas com o meio ambiente estão fazendo para protegê-lo e na outra, essa última, vimos que o homem não tem respeito com o meio ambiente em que vive, degradando-o para ganhar mais e não importando com o futuro de sua própria geração.

Temos que nos preocupar e tentar debelar essa atitude do homem, porque se não o nosso futuro será a extinção. Fico sem palavras diante de tanta maldade com a natureza. Bom, tenho sempre na minha mente uma frase de um grande pensador, Mahatma Gandhi, que nos revela o homem de hoje. ‘A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância’.”

Flávia Delma Barbosa Lima, aluna de Itaiçaba

“A visita foi de bastante proveitosa, pois a mesma nos levou a analisar os prejuízos que o homem tem causado ao meio ambiente e o que vimos é consequência de ações do homem sem levar em conta seus efeitos, visando apenas os lucros a curto prazo e não levando em conta o futuro de nossa geração.Vemos atualmente um rio praticamente morto, uma cultura perdida ao longo dos anos, a falta de responsabilidade dos órgãos responsáveis que não fiscalizam como deveria e se fiscalizam fecham os olhos quando lhes é conveniente. Na realidade cobram dos pequenos e os grandes sempre levam vantagem. Acho que temos que fazer algo para mudar essa realidade, quem sabe um dia, espero que muito em breve, possamos fazer a diferença”.

Assessoria de Comunicação e Marketing da ESP/CE

Contato: 3101.1412 (ascom@esp.ce.gov.br)
Twitter: @espce
Facebook: espce