Campanha de ativismo pelo fim da violência contra a mulher é lançada junto à sociedade

18 de novembro de 2019 - 20:51 # #

Assessoria de Comunicação e Marketing da ESP/CE

A Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE) entendendo a relevância do fomento à ações afirmativas que cooperem na luta e no enfrentamento à violência contra mulher lançou nesta segunda-feira, 18, a campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”.

A iniciativa foi apresentada na abertura do Seminário “Fortalecendo Redes Solidárias no Enfrentamento à Violência contra a Mulher”. Realizado em parceria com a Coordenadoria de Políticas para Mulheres do Governo do Estado do Ceará (Copas), Universidade Regional do Cariri (URCA) e a Casa Lilás, o evento reuniu sociedade civil, profissionais da saúde, acadêmicos, pesquisadores e organizações sociais em torno do debate sobre a relevância de pensarmos ações e projetos nessa temática.

Para o superintendente da ESP/CE, Marcelo Alcantara, esse é um processo que requer uma posição de protagonismo dos órgãos públicos baseados na atenção, cuidado e inteligência para o tema. “Falo inteligência no sentido de entendermos e conhecermos o problema da violência contra as mulheres”, ressaltou.

Ele destacou a necessidade de um trabalho realizado de maneira integrada não apenas com o setor da saúde, mas com as demais áreas como a segurança pública, proteção social e outras fontes de dados. “seminários como esse são muito importantes porque permitem uma reflexão crítica sobre isso. Esse é um ponto importante e os atores envolvidos vão muito além da saúde”, completou.

Discussão

Parte das discussões desse panorama foram também discutidos e problematizados a partir da mesa redonda “Desafios e Perspectivas no Enfrentamento à Violência contra a Mulher no Ceará”. A médica ginecologista e obstetra, Aline Brilhante, destacou a importância da gestão pública estar acompanhando o tema e propondo encontros como este. “Essa não é só uma questão salutar, ela é urgente. Porque é um problema real”, afirmou.

A pesquisadora alertou para os dados do Atlas da Violência de 2019. De acordo com Aline, os números apontam o preocupante índice de que no Brasil cerca de 13 mulheres são assassinadas por dia. Ela destaca também alguns entraves na luta contra a problemática, como os casos que não são imputados como agravantes de feminicídio no país. “A partir do momento em que eu não tenho como registrar essa violência como de fato elas são, me falta base estatística suficiente pra solicitar, requerer as medidas cabíveis”, reflete.

Complementando a fala de Aline, a representante da Secretaria-Executiva para Mulheres do Governo do Estado, Silvia Cavalleire, trouxe reflexão sobre a relevância da humanização nos atendimentos das unidades de saúde a essas mulheres vítimas de violência cotidiana. “Precisa ser profissional, humanizado do ponto de vista da empatia, do ponto de vista da compreensão, da fragilidade da pessoa que chega para aquele serviço e é julgado. E esse julgamento muitas vezes pode fazer com que a pessoa n busque a justiça”, concluiu.

Seminário

Ainda durante a tarde desta segunda-feira, 18, o Seminário “Fortalecendo Redes Solidárias no Enfrentamento à Violência contra a Mulher” contou com palestra da Dra. Anamaria Silva Neves com o tema: Atenção às Crianças e Adolescentes em Situação de Violência”.

A programação do evento segue nesta terça-feira, 19, com a realização da III Mostra de Trabalhos de Pesquisa e Extensão em Saúde, iniciada ainda nesta segunda, 18. E contará com o seguimento das atividades do I Encontro da Rede Estadual de Atenção Integral às Mulheres, Crianças e Adolescentes em Situação de Violência. Além do lançamento do livro: Trilhando Caminhos no Enfrentamento à Violência contra as Mulheres”. Na ocasião, as organizadoras Geórgia Leonardo, Lourdes Góes e Lígia Lucena irão apresentar a publicação.