Outubro Rosa: Uma manhã de ressignificação do câncer de mama

30 de outubro de 2019 - 16:32 # # #

Assessoria de Comunicação e Marketing da ESP/CE

Em dezembro de 2018, Tereza Célia Diniz foi diagnosticada com câncer de mama. Em janeiro de 2019 realizou cirurgia para retirada de um pequeno nódulo na mama. Passado esse procedimento, iniciou o tratamento com sessões de quimioterapia, radioterapia e hoje, quase um ano depois da descoberta da doença, a servidora pública conta, segura, sobre a importância do autocuidado e da celeridade no tratamento para vencer o câncer.

Tereza foi uma das tantas mulheres que estiveram juntas na manhã desta terça-feira, 29, na Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE) durante o Simpósio Outubro Rosa: Ressignificando o Câncer de Mama. “Hoje noto que sou uma outra pessoa em relação a que eu era antes. Sou mais calma, tranquila”, reflete, pontuado a importância da mudança de visão perante a vida para a superação da doença.

Realizado pelo Centro de Extensão em Saúde da ESP/CE (CEESA), o evento reuniu sociedade civil, profissionais da saúde, acadêmicos do ensino técnico e superior, além de representantes de Organizações Sociais de Fortaleza.

O professor do Programa de Pós-Graduação do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal do Ceará, Dr. Luiz Porto, abriu os trabalhos ressaltando o desafio que o estado ainda enfrenta em relação ao diagnóstico tardio da doença. “Para nós tentarmos modificar essa realidade é preciso nos debruçarmos sobre a experiência de outros países”, afirma, citando o exemplo do Canadá, cujo sistema de saúde mantém planos de rastreamentos em mulheres entre 50 e 70 anos para a realização do exame.

De acordo com Luiz Porto, alguns outros fatores como o aumento das expectativas de vida das mulheres brasileiras e o diagnóstico tardio da doença incidem diretamente no alto número de casos ainda registrados no Brasil. Tereza, portanto, é uma feliz exceção, uma vez que, assim que percebeu o nódulo nas mamas, procurou atendimento médico. “Graças a Deus foi tudo muito rápido. Fiz tudo a tempo, sem demora”, relembra.

Parte desse movimento de conscientização e estímulo ao autocuidado foi discutida pela oncologista Ingrid da Cunha. Segundo ela, entre 2018 e 2019 são esperados cerca de 59.700 casos no Brasil. As projeções preocupam e dizem muito de uma posição que o próprio Movimento Outubro Rosa levantou durante apresentação no simpósio.

De acordo com Valéria Mendonça, Coordenadora do Movimento Outubro Rosa Ceará, esse é um momento em que o projeto deve assumir uma posição ligada ao ativismo social para o alcance das políticas públicas em nosso estado. “Aliado ao lugar de fala dessas mulheres vitoriosas que estão aqui hoje e são protagonistas dessa causa”, enfatizou, ressaltando o compromisso do movimento e sua intenção de levantar indicadores que ajudem a mudar os índices epidemiológicos de Fortaleza e do Ceará.

Simpósio

O Simpósio Outubro Rosa: Ressignificando o Câncer de Mama contou com a realização de seis painéis desenvolvidos pelas seguintes pesquisadoras: Ingrid da Cunha (Câncer de mama – toque nesse saber); Michelle de Oliveira (A qualidade de vida como ferramenta terapêutica); Renata Ferreira Gomes (papel do enfermeiro no acompanhamento quimioterápico e pós quimioterapia); Suzana Bahlis (Cuidados com cabelos e unhas); Jéssica Campos (Direitos dos Pacientes com CA de mama); Aline Jereissate (A importância da autoestima); Gabriele Cabral (A sexualidade da Mulher em tratamento).