Prevenção e estratégias de compreensão do suicídio conduzem simpósio na ESP/CE

12 de setembro de 2019 - 16:39 # # #

Assessoria de Comunicação e Marketing da ESP/CE

Dos 138 países que integram a Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas 38 deles, entre os quais destaca-se o Brasil, possuem uma estratégia nacional de prevenção ao suicídio. Apesar do índice representar aumento na adoção de políticas públicas para lidar com o tema no mundo, muito ainda precisa ser discutido acerca das formas de prevenção e debates sobre esta problemática. Foi pensando nisso, que a Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), realizou nesta quarta-feira, 11, o Simpósio “Prevenção do Suicídio: Reconhecendo as Situações de Vulnerabilidades”.

O evento, que fez parte da campanha “Suicídio: Uma Questão de Todos”, realizada pela ESP/CE em alusão ao Setembro Amarelo, contou com a presença de membros da sociedade civil, profissionais da saúde e comunidade acadêmica.

Um desses profissionais foi o arteterapeuta Cleison Rabelo. Ele ressaltou o uso da arteterapia como uma das janelas para essa cura do corpo e da alma junto às pessoas que lidam com o comportamento suicida. “Precisamos ouvir o outro. E as pessoas que estão ao nosso redor elas precisam ser apenas ouvidas. E quando escutamos o outro, a gente salva uma vida”, reflete.

Esse ato de escuta é o mesmo que tem sido trabalhado sistematicamente pela Inspetoria de Segurança Escolar da Guarda Municipal de Fortaleza. De acordo com a subinspetora Rosineide Silva, o órgão realiza visitas às escolas públicas da capital promovendo momentos de integração entre os alunos e de escuta ativa desses jovens. “Temos todo um ambiente preparado. A Guarda Municipal faz parte naquele momento como um amigo fazendo um trabalho preventivo”, reforça.

A prevenção tem sido um dos pontos mais destacados pela própria OMS. Em relatório divulgado nesta terça, 10, a organização alerta para a necessidade dos governantes ao redor do mundo estabelecerem estratégias de caráter nacional à problemática do suicídio.

Para a enfermeira Ana Aguiar, que também participou do simpósio na ESP/CE e trouxe 30 alunos de cursinho pré-vestibular Efivest, as pressões e cobranças que a sociedade contemporânea coloca ao jovem de hoje e o sentimento de impotência que eles têm mediante isso, são uma grande problemática, tanto para eles quanto às famílias. “Eles não entendem que nem sempre nós vamos conseguir dar conta. E também não dar conta não faz mal”, explica, reiterando a relevância de espaços e eventos que estimulem a disseminação de ideias e o diálogo aberto com esses adolescentes e seus pais.

Atualmente, o autoextermínio tem sido a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas dos acidentes de trânsito, segundo a OMS. O dado preocupa e coloca uma questão para a sociedade contemporânea acerca do nosso papel junto às pessoas que passam pelo problema cotidianamente.

Essa é a visão de Fernanda Tarciano, aluna do Efivest, ela participou do simpósio e reconhece a importância da ampliação dos debates. “Eventos como esse são de altíssima importância. Poderiam haver não só em setembro, mas de janeiro a janeiro. Nesse mês de setembro contamos realmente com mais palestras e informações. Mas temos de nos conscientizar, conversar, tentar ajudar mais”, finaliza.

 

OUÇA

O arteterapeuta Cleison Rabelo fala sobre como a arteterapia e a escuta qualificada podem ajudar no apoio às pessoas com comportamento suicida.

A subinspetora Rosineide Silva comenta sobre o trabalho da Inspetoria de Segurança Escolar da Guarda Municipal de Fortaleza no apoio aos jovens e adolescentes da Rede de Educação Pública em Fortaleza.

Fernanda Tarcitano, acadêmica de enfermagem, fala sobre a relevância de eventos como o “Prevenção do Suicídio”, na disseminação de informações junto à população acerca da problemática do suicídio.

A enfermeira e professora, Ana Aguiar, fala sobre as implicações das novas tecnologias na saúde mental dos jovens.