IV EXPOESP – Vera Coelho defende mobilização social para fortalecer o SUS
4 de setembro de 2009 - 11:44
Foto: Andréa Veras
Em sua conferência, realizada no auditório principal da sede da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), Vera Coelho alertou para a necessidade de uma mobilização política por parte dos parlamentares para aprovação da regulamentação da Emenda Constitucional 29, que prevê nova injeção de recursos para o SUS.
Antes da palestra de Vera Coelho, o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB) relatou os obstáculos para se colocar em pauta a regulamentação da EC 29 no Congresso Nacional em função de outros interesses políticos. Integrante da Frente Parlamentar Nacional de Saúde, Matos disse que a mobilização precisa ser reforçada com a criação de frentes estaduais e municipais em defesa da saúde.
Acordo
Segundo Vera Coelho, 53,4% dos municípios brasileiros já aderiram ao Pacto pela Saúde, acordo firmado em 2006 pelo Governo Federal com as esferas estaduais e municipais. Vera acha que esse percentual já é um avanço, mas que, ainda, é importante valorizar a presença dos gestores nas instâncias do Controle Social e construir uma agenda conjunta para ações de mobilização social.
Firmado em 2006, o Pacto pela Saúde é um acordo assumido entre gestores responsáveis pela implementação do SUS com o objetivo de estabelecer novas estratégias na gestão, planejamento e financiamento do sistema de forma a avançar na consolidação do SUS.
Esse acordo – lembrou Vera Coelho – surgiu da persistência de graves problemas de saúde pública a serem enfrentados para melhorar o nível de saúde da população. Houve um consenso dos gestores da inadequação de normas de organização e funcionamento do SUS e de que não era possível fazer mudanças sem ter grande mobilização da sociedade em defesa do direito à saúde e do SUS.
O pacto é formado por três componentes: Pacto em Defesa do SUS; Pacto pela Vida; e Pacto de Gestão. “Os componentes são um conjunto de compromissos sanitários expressos em objetivos de processos e resultados, derivados de análise de situação de saúde da população e das prioridades defendidas pelos gestores das três esferas”, explicou a conferencista.
No Pacto pela Vida, foram estabelecidas prioridades como saúde do idoso; controle do câncer de colo do útero e de mama; redução da mortalidade infantil e materna; fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, malária, tuberculose e influenza; fortalecimento da Atenção Básica; saúde mental.
No Pacto em Defesa do SUS, foram firmados compromissos políticos envolvendo gestores e sociedade, a fim de consolidar a efetivação do processo de Reforma Sanitária Brasileira, nos moldes do que está escrito na Constituição Federal.
No Pacto de Gestão, foram definidas responsabilidades de cada ente federativo de forma a diminuir as competências concorrentes e para tornar mais evidentes quem deve fazer o quê, contribuindo assim com o fortalecimento da gestão compartilhada.
Mobilização
Vera Coelho ressaltou que o Pacto pela Saúde foi um passo significativo, mas que, para sua efetivação, ainda é preciso o engajamento de todos os segmentos da sociedade. Ela reconheceu que, infelizmente, iniciativas como a Caravana Nacional em Defesa do SUS não teve o impacto esperado. Por conta disso, Vera entende que é essencial a continuidade de um projeto permanente de mobilização social e a elaboração e divulgação da carta dos direitos dos usuários do SUS.
A palestrante defendeu o maior engajamento dos profissionais de saúde e gestores para se conquistar resultados positivos na consolidação do SUS. “Nós temos de trabalhar mais efetivamente para pressionar os parlamentares no sentido de aprovarem projetos políticos em defesa da saúde e do fortalecimento do SUS”, conclamou ela.
Assessoria de Comunicação e Marketing da ESP-CE