Mais de 600 ACS de Fortaleza concluem curso em fevereiro
9 de janeiro de 2009 - 03:00
Segundo a coordenadora estadual Kilvia Albuquerque, uma das principais preocupações de aprendizado é o manejo adequado dos instrumentos de trabalho, principalmente o cadastramento no Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB). “O correto preenchimento dos dados possibilita ao poder público conhecer a situação atual das famílias, planejar as ações e fazer um acompanhamento constante e com resultados de fato”, ressalta.
Também é trabalhado o Kit Família Brasileira Fortalecida, produzido pelo Unicef, que traz orientações básicas para cuidados de crianças na primeira infância.
Outro ponto importante é o espaço para a abordagem de temáticas especiais, como Políticas Públicas e Estratégias de Combate à Dengue, com palestrantes convidados, de acordo com as necessidades apresentadas pelas equipes de cada regional.
Conquista
O Curso Técnico de Agentes Comunitários de Saúde é uma conquista da categoria, que desde julho de 2002 foi reconhecida como profissional, por meio da Lei 10.507/2002. Um dos itens dessa legislação é a qualificação básica, que corresponde ao Curso Técnico de ACS, com 520 horas-aula.
O Estado do Ceará foi o primeiro no país a enviar um projeto e receber recursos para o curso. A Escola de Saúde Pública é referência na aplicação dos cursos e recebe visitas de vários estados para conhecer a proposta metodológica.
O curso é desenvolvido em parceria com os municípios. A Escola disponibiliza instrutores, coordena e supervisiona, prepara material didático e tem sistema de avaliação informatizado.
Confira os principais assuntos abordados durante o curso, que tem 560 horas-aula distribuídas em quatro fases teóricas e práticas:
:: FASE 1
Teoria
Conceito de saúde; promoção da saúde; políticas de saúde e estratégia de saúde da família; noções de direito e cidadania; atribuições e instrumentos de trabalho do ACS (cadastro correto no Sistema de Informação da Atenção Básica, declaração de nascido vivo e declaração de óbito).
Prática
Pesquisar a história do bairro e serviço de saúde nele existente; cadastrar 60 % das famílias de sua micro-área na ficha A do SIAB “Contando para Cuidar” (que traz informações básicas sobre situação socioeconômica, saneamento básico etc).
:: FASE 2
Teoria
Rede sociais; cuidados de crianças de 0 a 2 anos e de 3 a 6 anos; orientações sobre vacinação em crianças, adolescentes e idosos.
Prática
Concluir cadastros da Ficha A, cadastrar gestantes na Ficha B-GES e fazer cartões-espelho de todas as crianças menores de 1 ano de idade, mapear as famílias que estão em situação de risco.
:: FASE 3
Políticas Públicas de Proteção Social; alimentação e nutrição; acompanhamento de portadores de doenças crônicas transmissíveis e não-transmissíveis.
Prática
Cadastro dos portadores de hipertensão, diabetes, tuberculose e hanseníase; levantamento das famílias cadastradas no Bolsa Família
:: FASE 4
Teoria
Políticas de proteção social; práticas culturais e cuidados com a saúde, educação em saúde, comunicação e trabalho em grupo.
Prática
Desenhar a árvore de cinco famílias consideradas de alto risco, levantando aspectos como: contexto socioeconômico, histórico de doenças e expectativa de vida; elaborar uma proposta de acompanhamento dessas famílias com base na análise.