Cooperação Brasil Canadá Myrna Lashley defende inclusão social nos projetos de formação

5 de dezembro de 2008 - 15:20

 

 

 
Promover políticas de inclusão social para as populações marginalizadas ao longo da história – como negros e índios –, na perspectiva de permitir o acesso delas nos projetos de gestão e formação em saúde foi defendida por Myrna Lashlev, em sua palestra sobre o tema “Eqüidade Étnico-cultural na Gestão e Formação em Saúde”.

Lashlev, psicóloga, diplomata de Barbados em Montreal e professora do CEGEP John Abott College, no Canadá, proferiu palestra, no auditório Ciro Gomes da Escola de Saúde Pública, para representantes dos órgãos parceiros do Projeto de Gestão e Formação de Recursos Humanos por Competências nas Escolas de Formação em Saúde do Estado do Ceará, como parte das atividades da 17ª missão.

Depois de coordenar uma oficina na sede da ESP-CE, Myrna Lashlev seguirá para o município de Sobral, onde, também, conduzirá outra oficina sobre “Equidade Étnio-cultural na Gestão e Formação em Saúde”, de 8 a 11 de dezembro, ,na  Escola de Saúde da Família Visconde de Sabóia.

Em vários trechos de sua palestra, Myrna Lashlev reforçou que o sucesso da Cooperação Brasil Canadá, também, depende da inclusão social de segmentos populacionais marginalizados por questões culturais ou raciais. Por isso, nesta oficina, segundo ela, foi evidenciada a necessidade de que os programas no âmbito da Cooperação levem em consideração as diferentes realidades culturais, para que os futuros profissionais de saúde possam conviver melhor com essas questões desprovidos de qualquer tipo de preconceito.

A palestra de Myrna Lashlev foi antecedida pela apresentação do grupo Ciranda, cujos componentes – Jadiel Lima, João Soares e Rainha – executaram músicas evocando a questão étnica e relembraram a luta de renomados líderes do movimento em defesa da igualdade como Mandela, Zumbi dos Palmares, Dragão do Mar, entre outros.

O superintendente da ESP-CE, Haroldo Pontes, em suas palavras de boas-vindas, destacou que a abordagem do tema é de sua importância. “O tema é oportuno em função da prioridade que se deve dar às populações historicamente renegadas”, frisou ele. Em relação à Cooperação de Intercâmbio de Conhecimento Brasil-Canadá, Pontes anunciou que as instituições formadoras de profissionais em saúde passarão a ter uma direção colegiada, o que, segundo ele, permitirá a superação de dificuldades operacionais.

O coordenador de políticas de saúde da Secretaria de Saúde de Fortaleza, Alexandre Mont’Alverne, inicialmente, enfatizou o caráter inovador da Cooperação Brasil Canadá, baseada na formação por competências. “Esse método irá preparar os trabalhadores da saúde, no processo de aprendizagem e formação, a identificar e solucionar problemas com mais agilidade na perspectiva da consolidação das ações do Sistema Único de Saúde (SUS).

Sobre o tema Eqüidade-cultural, Mont’Alverne disse que evidencia a questão da mentalidade escravocrata e do preconceito mascarado que ainda persiste nas elites brasileiras. “O SUS não é somente para pobres, mas sim para todos os brasileiros, principalmente para as populações mais vulneráveis que necessitam de maior atenção em termos de saúde”, ressaltou ele, ao citar algumas ações implantadas para humanizar o atendimento nas unidades básicas de saúde de Fortaleza.

Assessoria de Comunicação e Marketing da ESP-CE – ascom@esp.ce.gov.br