Com aprovação em edital do Ministério da Saúde, ESP/CE planeja lançamento de programa de Residência Médica pioneiro no Norte-Nordeste

25 de janeiro de 2024 - 14:49 # # #

Assessoria de Comunicação da ESP/CE
Texto: Juliana Marques
Foto: Deborah Muniz
Vídeo: Elon Nepomuneco

O principal objetivo da instituição é qualificar e ampliar o acesso

O portfólio de programas da Residência Médica (Resmed) da Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE) será ampliado. Após submeter proposta e ser aprovada em edital do Ministério da Saúde (MS) no fim de 2023, a autarquia vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) ficou apta a disponibilizar três novas especialidades, além de reforçar o quadro de vagas de outros dois cursos presentes na grade de ensino. Ao todo, 39 bolsas foram concedidas.

Fruto das articulações do Programa de Ampliação e Regionalização das Residências em Saúde (Ampliares), a novidade deve vigorar ainda neste ano. Todos os detalhes estão sendo definidos pela Diretoria de Pós-Graduação em Saúde (Dipsa) da ESP/CE.

“A nossa entrega tem o objetivo de qualificar a atenção e os cuidados com a saúde da população. Por isso, as novas vagas abrangem duas perspectivas: qualificar e ampliar o acesso”, explica a gerente de Residência Médica da instituição, Alciléa Carvalho.

Os programas que receberão incremento de vagas são os de Psiquiatria e Medicina do Esporte. Já a distribuição das demais ocorrerá entre as áreas de Medicina Intensiva Pediátrica, Cuidado Paliativo com Área de Atuação em Pediatria e Genética Médica, tendo essas duas últimas a previsão de lançamento do edital até o fim do próximo mês de junho.

“As novas especializações seguirão o padrão das demais disponibilizadas pela ESP/CE, com duração de até três anos. A aprendizagem ocorre em rede, com a atuação dos residentes nas mais diversas instituições da Sesa, sob supervisão de profissionais vinculados aos serviços”, complementa Carvalho.

Cuidados Paliativos em Pediatria

O Ceará vai ser o primeiro estado do eixo Norte-Nordeste a executar a residência médica de Cuidado Paliativo com Área de Atuação em Pediatria. Atualmente, o programa completo e com abordagem ampla só é ofertado em Minas Gerais.

De acordo com a pediatra e futura supervisora do curso, Cinara Carneiro, crianças com diagnósticos que ameaçam a continuidade da vida, quando assistidas de forma adequada nas unidades de saúde, em especial de forma precoce, conseguem ter melhor controle dos sintomas e maior qualidade do cuidado. Por isso, o curso nasce com o propósito de cuidar melhor não só de pacientes terminais, mas também dos que têm necessidades específicas.

“É preciso que nossos pediatras tenham uma boa qualificação em Cuidados Paliativos para atender pacientes e familiares. Por isso, aprender a cuidar desse novo perfil de crianças é fundamental, visto que elas estão em vários cenários, não apenas nos hospitais terciários, que são os de grande porte”, contextualiza.

Ainda segundo a especialista, os cuidados paliativos na Pediatria possuem uma série de diferenciais. “Na verdade, o pediatra precisa ter habilidades de comunicação, de controle de sintomas e de reabilitação de qualquer pessoa diante de uma condição que limita ou ameaça a sua continuidade. Essas crianças, muitas vezes, se tornam adolescentes ou adultas, então, precisamos ter uma estratégia de cuidados”.

Assista ao vídeo completo da pediatra Cinara Carneiro:

 

O movimento de qualificação e aperfeiçoamento dos serviços de cuidados paliativos é uma pauta que gera debate em todo o País. No último mês de dezembro, foi aprovada pelo MS a Política Nacional de Cuidados Paliativos, que garante toda a assistência aos pacientes via Sistema Único de Saúde (SUS), desde o diagnóstico até a fase final da doença. A medida vai facilitar a liberação de recursos específicos para a área, além de trazer mais investimentos para a capacitação dos profissionais.

Genética Médica

Segundo o último censo do Conselho Federal de Medicina (CFM), atualmente o Brasil possui cerca de 505 mil médicos, mas menos de 1% é geneticista. Para a médica e pesquisadora da área, Denise Carvalho de Andrade, há uma carência global da especialidade.

Após tratativas e reuniões ao longo dos últimos meses, a Residência de Genética Médica será inserida no cronograma da ESP/CE, sendo a primeira do estado e a segunda no Norte-Nordeste. Um marco bastante comemorado por Andrade, que será a supervisora da especialização.

“Nós estamos muito orgulhosos porque a sociedade vai receber novos profissionais numa área que há um déficit de profissionais no mundo. A nossa meta é, também, contribuir para a implantação de residências médicas de Genética em todo o País, principalmente nas grandes capitais”, explica.

“A genética é uma ciência crescente, neste momento, por exemplo, em que estamos conversando, novos genes são descobertos. Por isso, precisamos de profissionais capacitados”, destaca.

Ouça o áudio completo da médica Denise Carvalho de Andrade:

No primeiro ano de curso, os profissionais terão acesso a conteúdos relacionados à Clínica Geral, à Pediatria e à Neurologia. Já nos dois seguintes, adentrarão na especialidade propriamente dita, passando em serviços especializados como, por exemplo, ambulatórios de síndrome de Williams e de ataxias hereditárias, além de atuarem em instituições parceiras no Ceará e em outros estados que tenham casos de doenças raras e genéticas.

Ampliares

A iniciativa visa ampliar e regionalizar os programas de Residência em Área Profissional da Saúde (Uniprofissional e Multiprofissional – Resmulti) – voltada para várias categorias de profissionais de saúde – além da Residência Médica (Resmed) – que engloba hoje mais de 50 especialidades como Clínica Médica, Cardiologia, Pediatria, Neonatologia, Ginecologia e Obstetrícia, Cirurgia Geral, Medicina de Emergência e Intensiva, Anestesiologia, Neurologia, Psiquiatria e Medicina de Família e Comunidade.