Implantação de Redes de Atenção à Saúde deve fortalecer atenção primária no Ceará

14 de setembro de 2023 - 10:24 # # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto: Fernanda Teles
Fotos: Carlos Alberto Jr.


O primeiro dia de oficina de alinhamento para a implantação das Redes de Atenção à Saúde (RAS) no Ceará ocorreu na terça-feira (12)

Uma parceria entre Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Umane (organização civil sem fins lucrativos), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE) possibilitou a realização da primeira oficina de alinhamento para a implantação das Redes de Atenção à Saúde (RAS) no Ceará. O evento foi aberto na manhã da última terça-feira (12), no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), pela titular da Sesa, Tânia Mara Coelho, e pelo coordenador técnico do Conass, Fernando Cupertino, pelo presidente do Cosems-CE, Rilson Andrade e pelo representante da OPAS, Júlio Pedrosa, além das secretárias executivas de Políticas de Saúde, Vaudelice Mota, e de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional, Joana Gurgel.

De acordo com Vaudelice Mota, essa primeira oficina está dentro de um projeto maior de um plano de fortalecimento da atenção primária no estado. “É função da Sesa fortalecer essa área através do assessoramento aos municípios, na organização dos processos de trabalho das equipes de saúde, aumentando o poder de resolutividade da atenção primária. Isso é um primeiro momento, irão acontecer várias outras oficinas nesse sentido”, explica.


A secretária executiva de Políticas de Saúde, Vaudelice Mota, destacou a importância de fortalecimento da atenção primária no Estado

Para o coordenador técnico do Conass, Fernando Copertino, “o Ceará tem hoje uma responsabilidade enorme em dar prosseguimento ao fortalecimento da Atenção Básica, por ser referência no País com seu Programa de Saúde da Família e rede de agentes de saúde. Somente com uma atenção primária fortalecida e organizada poderemos atender melhor às demandas da população”. Ele disse ainda que a oficina é um momento importante para reflexão das responsabilidades e para que os gestores exercitem a habilidade de trabalhar em equipe, pensando fundamentalmente na melhoria da qualidade dos serviços de Saúde para a população.

A secretária executiva Joana Gurgel disse que a oportunidade de reunir coordenadores e gestores comprometidos é um grande passo para o sucesso da implantação das Redes de Atenção à Saúde.”Acredito que hoje temos o protagonismo necessário e muita vontade de acertar na implantação das RAS. Importante que o poder público atue de forma eficiente e planificada em todas as instâncias”, destaca a secretária.


A secretária executiva de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional, Joana Gurgel, esteve no evento

A coordenadora de projetos da Umane, Monique Moura, destacou a parceria que a intituição oferece na iniciativa. “Nós somos uma instituição isenta, que representa a sociedade civil organizada, que investe em iniciativas de fortalecimento do SUS. Nessa parceria encaminhada com Conass e a Opas, temos a oportunidade de dar suporte e apoio às ações de planificação aqui no Ceará”, reforça.

Grupos de trabalho elaboram diagnósticos e traçam estratégias

Dividida em dois momentos, a oficina conta com uma parte teórica e uma parte prática, incluindo a formação de grupos de trabalho focados em elaborar diagnósticos e traçar estratégias. De acordo com o consultor do CONASS, Eugênio Vilaça, a proposta de implantação da Rede de Atenção à Saúde (RAS), é uma estratégia para a organização dos serviços de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). “O objetivo da RAS é prestar atenção integral, de qualidade e resolutiva, que atenda às reais necessidades da população, tendo em vista a atual situação epidemiológica e demográfica do País, que vem mudando de forma acelerada, com predominância das condições crônicas”, ressalta.

Em dados apresentados pelo consultor do Conass, atualmente apenas 5% das mortes no Brasil são causadas por condições agudas (condições de saúde de curso curto, que se manifestam de forma pouco previsível), sendo as causas crônicas as de maior impacto no Sistema Único de Saúde (SUS). “Daí a importância da planificação da atenção à saúde em todos os municípios brasileiros, desenvolvendo, assim, habilidades e atitudes nos profissionais, necessárias à organização e qualificação dos processos assistenciais”, pontua Vilaça.


Encontrou contou com a presença de diversos gestores da Saúde

Participaram ainda do primeiro dia da oficina de alinhamento para implantação das RAS, o presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará, Rilson Andrade e o coordenador de Sistemas e Serviços de Saúde e Capacidades Humanas da Opas, Julio Pedroza.

Nessa quarta-feira (13), houve a elaboração do diagnóstico da capacidade institucional da Secretaria e aplicação dos instrumentos de avaliação e priorização para a implantação das RAS, reuninando técnicos e gestores da Sesa, dos municípios e das superintendências regionais de Saúde.

O grupo condutor responsável pela coordenação do processo de Planificação da Atenção Primária (PAS) será composto por 24 membros, incluindo representantes da Sesa, Cosems, Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), Superintendência Estadual do Ministério da Saúde e Conselho Estadual de Saúde do Ceará, após pactuação na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) em andamento. Já o cronograma de execução do PAS, bem como os detalhes do termo de adesão serão definidos na primeira oficina de planejamento do grupo condutor para a construção do plano de ação, marcada para a primeira quinzena de outubro.

O que são as RAS

As Redes de Atenção à Saúde são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado. A proposta é lidar com projetos e processos complexos de gestão e atenção à saúde, onde há interação de diferentes agentes e onde se manifesta uma crescente demanda por ampliação do acesso aos serviços públicos de saúde e por participação da sociedade civil organizada.

As RAS são sistematizadas para responder a condições específicas de saúde, por meio de um ciclo completo de atendimentos que implica a continuidade e a integralidade da atenção à saúde nos diferentes níveis: atenção primária, secundária e terciária.

Devem ter foco na população, de forma integral, por meio de serviço contínuo de cuidados que visem prioritariamente à promoção da saúde.