“Novembro Roxo”: Sesa encerra atividades de sensibilização sobre a prematuridade em evento na ESP/CE

27 de novembro de 2024 - 09:13 # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto: Kelly Garcia
Fotos: Raiane Ferreira (ESP/CE)


No evento, a secretária Vaudelice Mota destacou o pioneirismo do Ceará na saúde materno-infantil

Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) encerrou, nessa terça-feira (26), as atividades do “Novembro Roxo”, mês internacional de sensibilização sobre a prematuridade. A  Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) sediou o evento, que contou  com uma aula magna sobre a temática, além de palestras e atividades do Encontro Estadual dos Tutores do Método Canguru.

A iniciativa teve a participação da secretária executiva de Atenção Primária e Políticas de Saúde, Vaudelice Mota; da coordenadora da Atenção Especializada e das Redes de Atenção à Saúde da Sesa, Rianna Nobre; e de representantes da Sociedade Cearense de Pediatria (Socep). O público-alvo era formado por trabalhadores da saúde e gestores da Sesa que atuam na área do cuidado materno-infantil.


Na abertura, a Socep trouxe uma apresentação do seu coral

A programação incluiu uma aula magna sobre o acesso a cuidados neonatais de qualidade em todos os lugares, com a neonatologista pernambucana Geisy Souza. Ao mesmo tempo, foi realizado o Encontro Estadual dos Tutores do Método Canguru, com palestras e atividades sobre a temática.


Geisy Souza participou de forma on-line

A secretária Vaudelice Mota destacou o pioneirismo do Ceará na saúde materno-infantil. “O Ceará tem um protagonismo muito grande, foi aqui que se iniciou o projeto dos Agentes Comunitários de Saúde. Então, temos que continuar cuidando das nossas gestantes, porque um pré-natal bem feito ajuda a reduzir os índices de prematuridade. Quero destacar o projeto ‘De Braços Abertos’, que vem para fortalecer a atenção primária, responsável por esses cuidados iniciais  com as nossas gestantes”, disse.

Entre as ações voltadas para o cuidado com as gestantes e bebês, a coordenadora da Atenção Especializada e das Redes de Atenção à Saúde da Sesa, Rianna Nobre, ressaltou a criação de um setor específico para essa área. “Hoje, nós temos um setor todo voltado para o cuidado materno-infantil na Sesa, isso é um ganho. Também capacitamos novos avaliadores em todas as regiões do Ceará para o projeto Hospital Amigo da Criança, que tem ações direcionadas ao incentivo do aleitamento materno e cuidados com a mãe e o bebê”.

Método Canguru

Durante o evento, também aconteceu a primeira edição do Encontro Estadual dos Tutores do Método Canguru, com a presença de trabalhadores das principais maternidades que trabalham com essa técnica. No Ceará, o Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC) é referência nesse método. O momento contou com a demonstração do método por enfermeiras do HGCC, que foi finalizado com a apresentação do cordel “Cada prematuro é único e cada cuidado faz a diferença”.

O método canguru permite uma assistência ao recém-nascido prematuro internado na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal, a partir de estratégias de intervenção biopsicossocial. O bebê prematuro é colocado em contato pele a pele com sua mãe ou com seu pai, de forma gradativa. Inicialmente os pais tocam o filho, para em seguida colocá-lo na posição canguru. O contato do recém-nascido com os pais inicia de forma precoce e crescente, por escolha da família, pelo tempo que os pais se sentirem confortáveis e permite que os pais tenham uma maior participação nos cuidados neonatais.

Esse método salvou a vida da pediatra Dione Mota, de 86 anos, em um tempo que ainda não havia conhecimento sobre a técnica. “Fui prematura e primeira filha da minha mãe, que me teve aos 18 anos no interior e não teve orientações da minha avó. Mas ela, instintivamente, me dava leite materno a conta-gotas e me manteve agarrada ao corpo dela, para que eu ficasse aquecida. Com o tempo, essa se tornou a base do método canguru, que hoje é uma política pública de saúde”.

A supervisora de vendas Ana Sâmia Nogueira e a sua filha Iana também foram beneficiadas pelo método. Iana, hoje com 4 anos, nasceu no HGCC com 32 semanas de gestação. Pesava apenas 1,065 kg. “Fui muito bem acolhida, desde o momento da internação. O projeto canguru foi um divisor de águas  e me ensinou a cuidar de um bebê prematuro, desde o simples banho até a complexa amamentação. Se não fosse o método canguru, não teria essa segurança que me foi passada para cuidar da melhor forma da minha filha”, relatou.