Formação capacita profissionais na proteção à infância e adolescência

18 de novembro de 2021 - 13:36 # # # #

Texto: Daniel Araújo Foto: Geni Carmen

A capacitação é ofertada prioritariamente para os profissionais que compõem a Rede de Proteção no Estado do Ceará

O estado do Ceará deu um importante passo no trabalho na garantia dos direitos fundamentais da criança e do adolescente em situação de risco. Isso porque a Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), vinculada à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), iniciou nesta quinta-feira (18) a primeira turma do Curso Rede de proteção à infância e adolescência em situação de violência.

Ofertada pela Diretoria de Educação Profissional em Saúde (Dieps) da ESP/CE em parceria com a Sesa, a capacitação é ofertada prioritariamente para os profissionais que compõem a Rede de Proteção no Estado do Ceará e atuam diretamente nas esferas da prevenção, promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente no estado.

O objetivo é de capacitar a força de trabalho aprimorando atitudes, habilidades e competências com foco no cuidado integrado, intersetorial e multidisciplinar de crianças e adolescentes em situação de violência, de modo que os alunos possam atuar nos eixos do sistema de garantia de direitos.

A coordenadora do curso, Adriana Dall’Olio, fala sobre a responsabilidade compartilhada não só entre os profissionais de saúde e da Rede de Proteção à Infância, mas também de toda sociedade no cuidado desse público. “Precisamos ter um olhar muito atento e uma escuta apurada para as nossas crianças e adolescentes que nos sinalizam algumas questões vinculadas a essas vivências de violência”, reflete.

A ideia é que, a partir do curso, possa-se viabilizar um espaço para discussão do funcionamento da rede, sua importância e fragilidades, para a construção de novas abordagens focadas no cuidado ampliado, superando o isolamento das práticas profissionais, fortalecendo a rede a fim de promover o atendimento integral preconizado no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A formação terá carga horária de 60 horas aula, realizada de modo online e será ofertada inicialmente para as Áreas Descentralizadas de Saúde (ADS) de Cascavel e Itapipoca. Cada turma contará com 30 alunos. Os municípios foram determinados com base em um diagnóstico e por critérios epidemiológicos realizados pelo projeto Pontos de Luz em parceria com a Sesa e a ESP/CE. A perspectiva é que ainda esse ano os municípios de Quixeré e Porteiras recebam a capacitação.

“Esses municípios que compõem as ADS entraram para o curso por já contarem com uma rede estruturada para o cuidado e a prevenção à violência no âmbito do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente. A iniciativa vem para reforçar esse trabalho, engajar mais a rede e integrá-la também”, explica Joelson Alves, psicólogo e tutor do curso.

Rede de Proteção

A Rede de Proteção é entendida como o conjunto de entidades, profissionais e instituições que atuam para garantir apoio e resguardar os direitos de crianças e adolescentes no Brasil. O grupo é geralmente composto por representantes da sociedade civil e do poder público como conselheiros tutelares e da Infância e do Adolescente, promotores e juízes das Varas da Infância e Juventude e defensores públicos.

Em muitas situações, os profissionais que têm contato frequente com as vítimas de violação, são as únicas referências ou pessoas da rede de apoio social dessas crianças e adolescentes.

Por serem profissionais que têm contato diário com o público atendido e conhecimento de diversas situações de violações de direitos, nota-se a importância de estarem cientes dos direitos das crianças e adolescentes. Entre os principais tipos de violências notificadas no Brasil, estão a negligência, a violência física, sexual e psicológica.