Fórum elabora sugestões para redução do tabagismo

31 de maio de 2019 - 16:13

 

Os males gerados pelo cigarro à saúde foram discutidos no 8º Fórum Tabagismo e os Riscos à Saúde, realizado, na manhã de hoje (31/05), de 8 às 12 horas, no auditório principal da Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE). A finalidade do evento foi promover um diálogo sobre o tema com representantes de órgãos públicos e privados para se elaborar a Carta Compromisso para Tomada de decisão quanto a prevenção e controle do tabagismo.

Da programação do Fórum, que constou de conferências e oficinas de grupos, participaram 170 profissionais da Rede Municipal de Educação, da Rede de Atenção à Saúde, das Unidades Secundárias e Terciárias de Saúde – que realizam tratamento de controle do tabagismo -, do Conselho Municipal de Saúde do estado e do município, do Ministério Público, da Sociedade Cearense de Pneumologia, do Grupo de Educação e Estudos Oncológicos e de universidades públicas e particulares.

Inicialmente, foram realizadas duas conferências: “Panorama Global do Tabagismo: como prevenir e controlar”, por Penha Uchoa, e “Legislação antitabágica e seu compromisso”, por Raquel Carvalho de Assunção. Em seguida, os participantes foram divididos em três grupos para debater os seguintes temas: Promoção da Saúde e Prevenção de Ações Antitabágica; Assistência à Saúde; e Formação Profissional. No final, foi elaborada a Carta de Compromisso com sugestões de políticas públicas sobre o tabagismo.

A iniciativa foi uma promoção conjunta do Governo do Ceará, por meio da Secretaria de Saúde do Estado e Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues, e Prefeitura de Fortaleza, por meio das Secretarias de Saúde e Educação, com apoio da Sociedade Cearense de Pneumologia e Cirurgia Torácica, Grupo de Educação e Estudos Oncológicos (GEEON) e Associação Cearense de Medicina da Família e Comunidade.

Campanha e controle

Lançada anualmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a campanha do Dia Mundial sem Tabaco tem como tema em 2019 “Tabaco e Saúde Pulmonar”. A iniciativa é uma oportunidade para estimular a conscientização sobre os efeitos nocivos e mortais do uso do tabaco e da exposição à fumaça derivada de seus produtos.

“Os jovens são mais antenados e se tornam mais vulneráveis a modismo e novidades”, destacou a palestrante e médica Penha Uchoa, ao acrescentar que “a pressão social, a influência de amigos e superexposição e mensagens nas redes sociais, cinema e televisão faz com que os jovens tenham a curiosidade de experimentar o cigarro”.

No Ceará, o governo estadual desenvolve o Programa de Controle do Tabagismo, através do Hospital Dr. Carlos Alberto Studart (Hospital de Messejana) e pelo Centro de Saúde Escola Meireles. Em ambas as unidades pertencentes à rede estadual de saúde, os fumantes são submetidos a avaliações clínicas, participam de abordagem mínima ou intensiva individual ou em grupo, além de disporem de acesso gratuito à terapia medicamentosa, quando necessária. O Programa de Controle do Tabagismo do Hospital de Messejana iniciou as atividades em 2002, sendo o primeiro tratamento público com distribuição gratuita de medicação para aliviar os sintomas de abstinência.

As equipes que acompanham esses pacientes são formados por profissionais especializados compostos por médicos, enfermeiros e assistentes sociais. De acordo com a SESA, o sucesso terapêutico dos tratamentos nessas unidades é bastante elevado onde a taxa de abstinência tabágica chega a 48% em, pelo menos, um ano.

Incidência

No Brasil, o tabagismo é responsável por mais de 120 mil mortes ao ano. O Ceará é o segundo estado, junto a Roraima, com a maior redução de fumantes O índice de população de fumantes de Fortaleza caiu 1,3 ponto percentual em dois anos, o que equivale a 15% da população fumante ou 39,1 mil pessoas a menos consumindo tabaco. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, 7,3% dos fortalezenses eram fumantes em 2016, enquanto em 2014 eram 8,6%.

A prevalência de fumantes de Fortaleza é uma das menores entre as capitais brasileiras. A menor é a de Salvador (5,1%). As maiores são Curitiba (14%), Porto Alegre (13,6%) e São Paulo (13,2%). Entre 2006 e 2016, a redução do número de fumantes foi de 35% nas capitais brasileiras. Os dados são da Pesquisa Vigitel 2016 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). A pesquisa foi feita por telefone nas 26 capitais e Distrito Federal e contou com 53.210 entrevistas. Nos últimos anos, a prevalência de fumantes no país caiu de 15,7%, em 2006, para 10,2% em 2016.