Fórum debate o controle da tuberculose

26 de março de 2019 - 10:37

Assessoria de Comunicação e Marketing - ESP/CE | ascom@esp.ce.gov.br

 

A tuberculose continua sendo uma doença preocupante. Por conta disso, debater questões que envolvem essa patologia é sempre oportuno. Neste sentido, a Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues, por meio do seu Centro de Extensão em Saúde, promoverá o 1º Fórum Temático – Tuberculose em Fortaleza: Controle é Possível. O evento será realizado no próximo dia 29, de 8 às 12 horas, no auditório principal da ESP/CE.

O objetivo do fórum é elaborar uma Carta Compromisso para uma tomada de decisão quanto ao controle da tuberculose em Fortaleza. Cerca de 250 pessoas participarão do evento. Entre eles, profissionais da Rede de Atenção à Saúde ( das UAPS, CORES e SMS); dos Conselhos de Saúde; da Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS); do Ministério Público e das Universidades (UECE, UFC, UNICHRISTUS, ESTÁCIO, FANOR, UNIFOR e FAMETRO) e de Organizações Não Governamentais (ONGs).

Segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado, o Ceará registrou 2.470 casos de tuberculose em 2018, sendo 51 óbitos. A Região Metropolitana de Fortaleza aparece em primeiro lugar entre as regiões do Estado. Em comparação ao ano de 2017, houve uma redução de 10% na média mensal de casos. Em 2017, foram registrados 3.653 casos no Ceará, sendo 1.847 em Fortaleza, de acordo com o Boletim Epidemiológico sobre Tuberculose da Secretaria de Saúde do Ceará, em março de 2018.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico precoce é a etapa mais importante a uma pessoa com tuberculose. Por isso, pessoas com tosse por mais de 21 dias, emagrecimento e/ou febre e suor no fim da tarde devem procurar o mais rapidamente uma unidade de saúde. Ele pode ser feito em todas as nossas unidades de atenção primária à saúde.

O tratamento da tuberculose é ofertado gratuitamente somente no Sistema Único de Saúde (SUS) e tem duração de, no mínimo seis meses, e uso diário do medicamento. A informação ao paciente sobre a doença, a duração do tratamento e a importância da regularidade no uso da medicação são fundamentais para o sucesso terapêutico.

A tuberculose tem cura. Mas a preocupação é com a alta taxa de abandono do tratamento. As taxas – classificadas como aceitáveis pelo Ministério da Saúde – têm índices de até 5% no Brasil, mas no Estado chega à média de 10%. O índice influencia diretamente em outro resultado aquém do esperado: o de cura, que no Estado figura atualmente em cerca de 53% (dados parciais), bem abaixo da meta de 85%.

Curável desde o ano de 1944 e com tratamento eficaz disponível na rede de pública de saúde, chama atenção o fato da tuberculose pulmonar ainda registrar alta incidência e, sobretudo, mortes. O tratamento dura seis meses, devendo ser realizado de forma regular para se chegar à cura.

Doença infecciosa

De acordo com o Ministério da Saúde, a tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões. Anualmente, são notificados cerca de 10 milhões de novos casos em todo o mundo, levando mais de um milhão de pessoas a óbito. O surgimento da Aids e o aparecimento de focos de tuberculose resistente aos medicamentos agravam ainda mais esse cenário.

No Ceará, a tuberculose apresenta-se de forma endêmica e, entre os anos de 2011 e 2016, o número de casos se mostrou estável, segundo dados do Boletim Epidemiológico da doença, também da SESA. Foram diagnosticados 3.653 casos novos em 2011 e 3.341 em 2016.

No Brasil, a tuberculose é um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem 4,5 mil mortes em decorrência da doença. A tuberculose tem cura e o tratamento é gratuito e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde.

Dentre os fatores que favorecem a persistência das altas taxas de incidência e de mortalidade da doença, destacam-se a dificuldade de controle dos contatos, o surgimento de cepas multidrogas resistentes e a associação TB-AIDS; além do contexto social, que influi na realidade de grande parte das pessoas acometidas, como o empobrecimento, a drogadição, a violência urbana e a dificuldade de acesso à saúde.