Curso avalia a feminização das DST/HIV/Aids no Ceará
13 de setembro de 2010 - 10:19
Fotos: Andréa Veras
A Coordenadoria de Pós-Graduação em Vigilância da Saúde da Escola de Saúde do Ceará, em parceria com Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde, através do Núcleo de Prevenção e Controle de Doenças da Secretaria da Saúde do Ceará, promove, dia 13 a 17 de setembro, novo momento presencial do curso sobre “Capacitação para o Enfrentamento da Epidemia da Feminização das DST/HIV/Aids no Ceará“.
Voltada para profissionais de saúde (psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, farmacêuticos), esta capacitação faz parte do Plano Integrado de Enfrentamento à Feminização da Aids no Ceará. Tem como objetivo formar multiplicadores dos conhecimentos adquiridos e sensibilizá-los quanto à importância de se trabalhar, enfatizando, constantemente, ações de prevenção das DST/HIV.
Especificamente, o curso se propõe a atualizar conteúdos referentes à saúde sexual e reprodutiva visando à melhoria das ações voltadas à atenção integral da saúde da mulher; estimular o desenvolvimento de ações voltadas à prevenção das DST/HIV/Aids, visando a redução da vulnerabilidade das mulheres a estas infecções; e refletir sobre o papel de cada profissional da saúde na efetivação destas ações.
“A abordagem educativa surge como uma das ferramentas importantes para o enfrentamento da feminização da epidemia. É de fundamental importância que se leve informação a este público, no que tange ao acesso a métodos de prevenção disponíveis nos sistemas de saúde e, também informá-los quanto à garantia de uma assistência de qualidade, caso tenham exposição a algum agravo”, justifica Andrea Marques, um das coordenadoras do curso.
Epidemia
A epidemia da Aids vem assumindo proporções alarmantes, sobretudo diante da estimativa de que existam 11,8 milhões de jovens de 15 a 24 anos vivendo atualmente com HIV/Aids em todo o mundo (BRASIL, 2006). A cada dia, cerca de 6 mil jovens dessa faixa etária se infectam com o HIV. No Brasil, dados do Ministério da Saúde comprovam que mais de 70% dos casos de Aids correspondem a indivíduos entre 20 a 39 anos, sendo que uma parcela considerável desses pacientes contraiu o vírus já na adolescência.
Estudos revelam o início precoce da atividade sexual como uma das principais causas do aumento de casos de Aids entre meninas, em comparação ao aumento de casos entre meninos, possivelmente porque existe uma tendência das meninas, de se relacionarem com homens com maior experiência sexual e, consequentemente, estão mais expostas aos riscos de contrair DST e Aids .
Dados epidemiológicos revelam que, nos últimos anos, houve aumento significativo de casos de Aids entre mulheres (adultas, jovens e adolescentes). Há, também, predomínio da transmissão sexual em jovens do sexo feminino, evidenciando que há uma tendência à feminização da epidemia.
O Ministério da Saúde já apontava em 2003, em seu documento sobre Políticas e Diretrizes de Prevenção das DST/Aids entre Mulheres, o crescimento diferenciado da epidemia entre homens e mulheres. Dados preliminares mais recentes do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (2009) apresentam um total de 544.846 casos de Aids acumulados no período de 1980 a 2009, sendo que destes, 188.396 são em mulheres, ou seja, cerca de 34% dos casos diagnosticados. Além dos dados acima citados, percebe-se que a epidemia da Aids vem se interiorizando e acometendo mulheres com pouca ou nenhuma escolaridade, em situação de pobreza e pouco acesso à informação.
Assessoria de Comunicação e Marketing da ESP-CE