Cinto de segurança

18 de agosto de 2008 - 14:42

A utilização do cinto de segurança nos bancos dianteiros dos veículos automotores, após a determinação da Lei 9.503 do Código Brasileiro de Trânsito, de 23 de setembro de 1997, tornou-se rotineira para a maioria do povo brasileiro. Contudo, a mesma compreensão não se deu em relação ao uso do cinto pelos passageiros do banco traseiro e as pessoas, em geral, subestimam sua necessidade pelo desconhecimento de sua utilidade.

No ano de 2003, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) já fazia tal recomendação através de uma campanha nacional, da qual participamos com entrevistas em rádio e televisão. A repercussão, porém, não foi a esperada, pois a fiscalização também não se dava de forma eficiente. Contudo, agora, o DETRAN se compromete a intensificar a fiscalização do uso do cinto de segurança pelos passageiros que viajam no banco traseiro e isto ajuda a dar força ao movimento. É importante que as pessoas compreendam as razões de tal exigência para não pensarem que se trata de algo com a finalidade estrita de arrecadar dinheiro através de multas. Uma criança de até 20 kg, sentada no banco traseiro, sem cinto de segurança, em uma colisão a apenas 50 km/h, é arremessada contra o banco dianteiro com um peso de 300 kg. Já um adulto de 60 kg, em idêntica situação, é arremessado contra o banco da frente pesando mais de uma tonelada. Sabendo-se ainda que grande parte dos acidentes ocorre na zona urbana e nas proximidades do domicílio, devemos nos manter afivelados em todos os trajetos, em qualquer via e em qualquer velocidade.

A complexidade progressiva do trânsito obriga-nos a redobrarmos nossos cuidados para não sermos responsáveis pelo aumento de vítimas que tanto ferem as estatísticas em nosso país. O uso do cinto, portanto, é uma real necessidade, com base em evidências, e não apenas mera obrigação. Prendamo-nos, pois, a esta idéia e acatemos as determinações da lei com todo o respeito.

CELINA CÔRTE PINHEIRO – Médica ortopedista e traumatologista

 

Fonte: Jornal Diário do Nordeste / Opinião / Debates e Idéias