Conexão entre saúde humana, animal e ambiental pauta simpósio realizado pela ESP/CE

29 de agosto de 2024 - 17:07 # # #

Assessoria de Comunicação da ESP/CE
Texto: Juliana Marques
Foto: Deborah Muniz
Vídeo: Raiane Ferreira

“Novos Desafios para Vigilância em Saúde” foi o tema da palestra magna ministrada pelo secretário executivo de Vigilância em Saúde do Ceará, Antônio Silva Lima Neto (Tanta), no primeiro dia de programação

Gerente de uma unidade de Vigilância de Zoonoses em Sobral (CE), o médico-veterinário Rafael Lima, 35, atua na profissão há quase duas décadas. Ao longo desse tempo, vários foram os atendimentos realizados por ele, mas um se destaca na memória do profissional. Em 2022, Lima assistiu uma pessoa mordida por morcego. “Seguindo a orientação de um agente de endemias da Região, conseguimos capturar o animal e enviá-lo ao Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen). Na avaliação, foi constatado o diagnóstico positivo para a raiva. Isso era preocupante, pois a vítima poderia ter sido contaminada”, relembra.

Todos os protocolos foram seguidos, incluindo a administração da vacina e do soro antirrábico à paciente. “Precisamos ter um olhar mais cuidadoso para analisar potenciais riscos à saúde pública, pois, se a imunização não tivesse sido realizada, poderíamos ter registrado um caso de raiva humana no município”, destaca.

Rafael foi um dos 200 inscritos no 2º Simpósio de Zoonoses, Entomologia e Controle de Vetores com Foco em uma Só Saúde, realizado pela Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), em parceria com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). O evento ocorreu de forma presencial na última terça (27) e quarta-feira (28).

Direcionado a profissionais das áreas de enfrentamento às endemias e epidemiologia, o congresso foi uma oportunidade para que o médico-veterinário atualizasse conhecimentos e, com base na experiência vivida anos antes, reforçasse a importância de unificar os estudos relacionados à saúde. Assista ao depoimento:

 

Múltiplas abordagens

Diversas temáticas pautaram as palestras do congresso, com destaque para a vigilância da febre do Oropouche e as perspectivas de transmissão de arboviroses para 2025.

Toda a programação foi estruturada para promover o diálogo e a atualização científica, mobilizando especialistas de referência do Ministério da Saúde (MS) e da Sesa, além de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Minas Gerais e do próprio Ceará.

A cerimônia de abertura contou com a presença do secretário executivo de Vigilância em Saúde do Ceará, Antônio Silva Lima Neto (Tanta); da coordenadora de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador da Sesa, Roberta de Paula Oliveira; do orientador da Célula de Vigilância Entomológica e Controle de Vetores (Cevet) da Sesa, Luiz Osvaldo Rodrigues da Silva; e do superintendente da ESP/CE, Luciano Pamplona.

Tânia Mara Coelho, titular da Sesa, também teve agenda na conferência e conduziu a entrega de novos microscópios a laboratórios especializados.

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De acordo com Vanessa Araújo, gerente de Educação Profissional em Saúde da ESP/CE, a meta é tornar o simpósio um ato fixo no calendário. “Consideramos muito importante discutir a ‘Saúde Única’ para aperfeiçoar nossos profissionais da vigilância. Acredito que precisamos trabalhar essas temáticas que estão ‘em alta’ anualmente, tendo em vista as constantes mudanças”, enfatizou. Ouça o relato da gestora:

 

Uma só saúde

Tema central do encontro, “Uma Só Saúde”, também conhecida como “Saúde Única”, vem da tradução do termo em inglês One Health, que faz referência à abordagem integrada da inter-relação entre saúde humana, animal e ambiental. 

Conforme o Ministério da Saúde (MS), a implementação do conceito favorece a cooperação desde o nível local até o global para enfrentar desafios emergentes, como pandemias, resistência antimicrobiana, mudanças climáticas e outras ameaças à saúde.