Parceria ESP/CE e UFC: pesquisa de predisposição hereditária ao câncer na população quilombola do Ceará ganha novos passos

10 de maio de 2022 - 17:01 # # # # #

Texto e foto: Juliana Marques

 

A especialista em Oncogenética, Danielle Calheiros, detalha sobre o projeto de pesquisa

Lideranças e membros de comunidades quilombolas do Ceará tomaram conhecimento, nessa segunda-feira (09), sobre o projeto de pesquisa Síndromes de Predisposição Hereditária Relacionada ao Efeito Fundador na População Quilombola Cearense. O objetivo maior do evento, classificado como o marco zero da pesquisa, foi apresentar o projeto a esses representantes, para que eles se tornem, em suas comunidades, agentes comunicadores das informações relacionadas ao estudo. 

A pesquisa vai avaliar as mutações causadoras de cânceres no geral e, em especial, os de mama agressivos e os hematológicos, em mulheres quilombolas. Ela é desenvolvida pelo Grupo de Educação e Estudos Oncológicos (Geeon), da Universidade Federal do Ceará (UFC) em parceria com a Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

Participaram do encontro as lideranças de Cumbe e Córrego de Ubaramas, que ficam em Aracati; a Comunidade Quilombola, de Itapipoca; o Quilombo Sítio Verde, de Quixadá, e os representantes de Caetanos em Capuan, de Caucaia. 

Próximos passos

De acordo com o professor da UFC e coordenador do grupo que está a frente da pesquisa, Ronald Feitosa Pinheiro, os próximos passos para o desenvolvimento do projeto é articular uma reunião com representantes do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (COSEMS/CE). “Nós precisamos buscar articulações com o pessoal do COSEMS, com o Comitê de Ética e depois vamos montar um cronograma oficial”, explica.

O transporte para o deslocamento das equipes até as comunidades quilombolas já foi  disponibilizado pela UFC. 

Encontro de Saberes

A reunião com os líderes quilombolas do Ceará foi também a primeira edição do Encontro de Saberes, uma iniciativa que pretende mostrar à sociedade os trabalhos científicos desde o início de suas execuções e não só o resultado final.  

O segundo tema a ser discutido será o diagnóstico de doenças hipertensivas e diabetes em povos indígenas Tapeba, do município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, que ocorrerá em julho deste ano. Ao todo, serão seis Encontros de Saberes em 2022.