Colóquio da ESP/CE focaliza mortalidade materna

6 de junho de 2019 - 09:53 # # #

Assessoria de Comunicação e Marketing

 

A mortalidade materna é ainda um grave problema de saúde pública com elevada incidência. Preocupada com isso, a Escola de Saúde Pública do Ceará Marcelo Martins Rodrigues, em parceria com a Secretaria de Saúde do Ceará, promoverá, no dia 17 de junho, o I Colóquio de Prevenção da Mortalidade Materna. Organizado pelo Centro de Saúde de Extensão à Saúde da ESP/CE, o evento objetiva sensibilizar a sociedade sobre os fatores de riscos e proteção para a mortalidade materna.

Voltado para estudantes de ensino médio e superior, professores, gestantes e profissionais de diversas áreas, o Colóquio terá uma programação com palestras que abordarão os variados aspectos da mortalidade materna. As palestras acontecerão no período das 13h30 às 16h30m, na sede da ESP/CE.

Depois do acolhimento aos participantes, será exibido um vídeo com depoimentos de gestantes, seguida de apresentação teatral do grupo Macunaíma, enfocando os fatores de riscos e proteção. No evento, estão previstas as palestras sobre “Aspectos epidemiológicos”, por Liduína Rocha, do Comitê Estadual de Mortalidade Materna; “Intervenções relevantes para prevenção”, por Manuelito Almeida (ginecologista);”Saúde na gestação: mulher como protagonista no autocuidado”, por Luana Silva (obstetra); “A mulher vai ter neném: o que eu faço?”, por Mirla Marques (obstetra); “Implicações da gravidez na adolescência”, por Aline Veras (ginecologista).

No Ceará

No Ceará, a mortalidade materna apresentou redução nos últimos dois anos. Em 2017, a cada 100 mil bebês nascidos vivos, 50 mulheres morreram em decorrência de complicação durante a gestação, parto ou puerpério. Antes disso, a proporção era de 70 óbitos maternos a cada 100 mil nascimentos. Essa incidência, no entanto, é ainda considerada elevada, de acordo com o que é preconizado pela ONU (Organizações das Nações Unidas). A meta da ONU é de atingir 35 óbitos por 100 mil nascidos vivos.

Segundo a Secretaria de Saúde do Ceará, o óbito materno se caracteriza pela morte da mulher no período da gestação ou dentro de um prazo de 42 dias após o término da gravidez. O óbito materno obstétrico é outra classificação para a morte de uma mulher ocasionada por complicação na gestação, parto ou puerpério ou agravada por esta condição. De acordo com os dados da SESA, em 2016, o Ceará registrou 73 óbitos maternos obstétricos. Em 2018, foram contabilizadas 64 mortes do tipo.

Hipertensão, hemorragia, as infecções puerperais, as doenças do aparelho circulatório complicadas pela gravidez, parto e puerpério e o aborto são as cinco principais causas de morte materna. Os fatores prevalecentes no Ceará são, na sua maioria, frutos de falhas no pré-natal, no parto e puerpério.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil e mais dez países latino-americanos conquistaram avanços significativos na redução de mortes relacionadas à gravidez ou parto de 1990 a 2013. Mundialmente, essas taxas também estão em queda, embora doenças crônicas e outras condições médicas pré-existentes ainda sejam um problema grave. O Brasil reduziu sua taxa de mortes maternas em 43% desde a década de 90.

Nascer no Ceará

Criado pelo Governo do Ceará e executado pela Secretaria da Saúde do Estado, o programa Nascer no Ceará tem o objetivo de reestruturar a linha de cuidado materno-infantil a partir da atenção à gestante de alto risco e garantir a assistência qualificada a gestantes e recém-nascidos nos 184 municípios cearenses. Por meio da regionalização e descentralização das ações e serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), o programa é uma ferramenta importante para redução da morbimortalidade materna e neonatal.

A Secretaria da Saúde do Ceará realiza atividades de elaboração e implantação de protocolos de atenção à saúde da gestante, qualificação dos profissionais médicos e enfermeiros, além da oferta de exames específicos, vinculação das gestantes às policlínicas e maternidades de referência para alto risco e métodos contraceptivos de longa duração às mulheres que tiveram gravidez de alto risco. Há também acompanhamento e monitoramento das ações através de sistema de informação e aplicativos desenvolvidos para esse fim. A Sociedade Cearense de Ginecologia e Obstetrícia (Socego) é parceira do programa na qualificação dos profissionais de saúde da atenção primária, especializada e terciária.

O Nascer no Ceará integra o Programa Mais Infância Ceará, idealizado pela primeira-dama em agosto de 2015. As medidas e objetivos previstos no programa Nascer no Ceará estão alinhados com o Ceará Saudável, que busca a garantia do acolhimento de todas as gestantes cearenses durante a gravidez, o parto e o puerpério, além do fortalecimento da vigilância de óbito maternoinfantil.

As estratégias utilizadas no programa são baseadas em evidências científicas publicadas pela Organização PanAmericana da Saúde (OPAS), o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e outros.

Inscrições pelo linkhttps://servicos.esp.ce.gov.br/eventos/2019/eve052019ceesa/