Lei seca reduz operações de resgate de urgência

14 de julho de 2008 - 19:40

O Ministério da Saúde já recebeu informações de 14 unidades do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que mostram uma redução média de 24% nas operações de resgate desde a entrada em vigor da lei que aumenta punições a motoristas que dirigem depois de consumir bebidas alcoólicas. Essas 14 unidades, que cobrem uma população de 25,3 milhões de pessoas, foram as primeiras a enviar os dados ao ministério, que iniciou um levantamento junto a todos os 144 SAMUs do país para medir a eficácia da nova lei na redução dos acidentes de trânsito. 

 

Os dados se referem ao período de 20 de junho, quando a lei entrou em vigor, a 10 de julho. A maior queda dos resgates, de 47%, foi registrada pelo SAMU que opera na região de Niterói (RJ), onde vive 1,8 milhão de pessoas. O SAMU de Brasília, que cobre uma população de 2,5 milhões de habitantes, teve a segunda maior redução, de 40%. Em terceiro, com 35% de queda, vem o SAMU de Porto Alegre (RS), que atende a 1,4 milhão de pessoas. 

 

Os acidentes de trânsito têm um peso significativo nos atendimentos do SAMU. Em Brasília, por exemplo, 45% dos resgates são para atendimento a ocorrências de trauma, das quais 60% estão relacionadas a acidentes de trânsito. Dessa forma, a Coordenação-Geral de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde avalia que a nova legislação trouxe um ganho operacional para o serviço. Com a redução dos acidentes, o SAMU poderá agilizar os atendimentos a ocorrências de outras naturezas, como casos de mal súbito, intoxicação, parto e queimadura.

 

As 144 unidades do SAMU estão implantadas em 1.150 municípios, incluindo todas as capitais brasileiras. A população coberta pelo serviço é de 101 milhões de pessoas. As atribuições do SAMU vão além das operações de resgate, como mostra o recém-iniciado levantamento sobre o impacto da chamada lei seca na violência do trânsito. Neste caso, o SAMU funciona como um termômetro da situação.

 

O SAMU, em função da capilaridade e atribuições, exerce a função de observatório das urgências no país, sendo que as informações obtidas na Rede Nacional 192 exercem papel decisivo no planejamento e gestão do atendimento pré-hospitalar. Está em fase de implantação um banco de dados nacional da Coordenação-Geral de Urgência e Emergência, simultaneamente à reestruturação do sistema informatizado de Regulação Médica. O objetivo é unificar os boletins de atendimento, a fim de que se tenha, cada vez mais, a possibilidade de fornecer ao país as informações precisas a respeito do retorno em relação a diversas questões, como a repercussão da lei seca.

 

O retorno que o SAMU traz para a sociedade vai muito além da intervenção no atendimento propriamente dito, uma vez que se trabalha o conceito de prevenção aos agravos. Tal abordagem faz parte de uma estratégia promocional, como um dos pilares da Política Nacional de Atenção às Urgências, objetivando primar pela qualidade de vida. Veja a tabela abaixo com a redução das operações de resgates de 14 unidades do SAMU:
 

MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO ESPECIALIZADA
COORDENAÇÃO GERAL DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
REDE NACIONAL SAMU 192

 

N.º

SAMU

UF

TIPO

POPULAÇÃO IBGE    ESTIMADA 2007 EM 01/04/07

REDUÇÃO DOS SOCORROS DO SAMU EM FUNÇÃO DA LEI SECA

1

Manaus

AM

Municipal

1.612.475

20%

2

Salvador

BA

Regional

3.089.889

15%

3

Brasília

DF

Municipal

2.455.903

40%

4

Vitória

ES

Regional

1.624.760

9,00%

5

Metropolitano de Goiânia

GO

Regional

1.967.532

28%

6

João Pessoa

PB

Regional

1.013.813

30%

7

Curitiba

PR

Regional

2.158.854

20%

8

Niteroi – Metropolitano II

RJ

Regional

1.857.513

47%

9

Nova Iguaçú – Metropolitano I

RJ

Regional

3.571.096

4%

10

Porto Alegre

RS

Municipal

1.420.667

35%

11

Joinville – Região Nordeste

SC

Regional

1.150.281

30%

12

SES – Sergipe

SE

Regional

1.258.530

14%

13

Campinas

SP

Municipal

1.039.297

13,40%

14

Ribeirão Preto

SP

Regional

1.185.741

25%

 MÉDIA

24%

  
 

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Atendimento ao Cidadão
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Fonte: Portal da Saúde www.saude.gov.br