Compromisso social: ESP/CE disponibiliza capacitação e qualificação a profissionais indígenas
23 de agosto de 2023 - 16:50 #cursos #Povos Indígenas #Profissionais Indígenas #saúde
Assessoria de Comunicação da ESP/CE
Texto: Juliana Marques
Foto: Arquivo pessoal
Arte gráfica: Rafael Medeiros
Ao todo, três capacitações integram o projeto-piloto
Durante a 76ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), realizada no último mês de maio, em Genebra, na Suíça, foi apresentada uma resolução para assegurar a saúde dos povos originários. A pauta está entre os debates da Organização Mundial da Saúde (OMS), no sentido de avançar em sistemas que promovam ações específicas para esse público.
O Ministério da Saúde (MS) do Brasil, por sua vez, tem firmado parcerias junto aos estados para o fortalecimento de projetos relacionados à demanda. No Ceará, as cooperações acontecem por meio de um projeto-piloto da Escola de Saúde Pública Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), com o intermédio da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
A iniciativa foi pensada em reunião de gestores da autarquia com o secretário nacional de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, em Brasília, no semestre passado. A partir daí, os diálogos foram intensificados junto ao Distrito Sanitário Especial Indígena do Ceará (Dsei), fomentando novas parcerias.
“Estamos construindo e fortalecendo o projeto. Neste ano de 2023, montamos um cronograma que contempla três capacitações voltadas para profissionais indígenas e trabalhadores da saúde em geral que queiram atuar com essa parcela da população. Alguns dos cursos, inclusive, já foram iniciados”, explica a diretora de Educação Permanente e Profissional em Saúde da ESP/CE, Suzyane Barcelos.
As três iniciativas educacionais são: Curso Básico de Vigilância e Controle das Arboviroses, Programa Saúde Mental e Atenção Psicossocial: Avaliação, Manejo e Seguimento nos Territórios (Smaps) e a Rede de Proteção à Infância e Adolescência em Situação de Violência. Todas já presentes no portfólio da ESP/CE.
“Enviamos as vagas para a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde (MS), que faz a escolha de forma estratégica dos participantes dos cursos, de acordo com as demandas de saúde dos territórios”, complementa Barcelos.
Capacitações
O Curso Básico de Vigilância e Controle das Arboviroses é voltado para Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e Agentes Indígenas de Saneamento (Aisan).
Os encontros iniciaram no último dia 20 de julho e seguem até esta quinta-feira (24). Eles aconteceram semanalmente, às quintas-feiras, com aulas síncronas no Google Meet e, para atividades em momento assíncrono, via plataforma ESPVirtual.
Mais de 70 profissionais foram contemplados pela capacitação. Entre eles, está o cacique Elvis Aroerê, que pertence ao povo Tabajara, na Aldeia Olho Daguinha Cedro dos Kasymiros, no município de Monsenhor Tabosa. Há cinco anos, ele também é Agente de Controle de Endemias da Saúde Indígena (Acesi) e atua em aldeias subdivididas entre as etnias Tabajaras, Potiguaras, Gavião e Tubiba Tapuia.
“Esse curso tem ajudado na preparação para enfrentarmos os constantes desafios endêmicos que surgem dentro de nossas aldeias. A chikungunya, por exemplo, é uma das arboviroses que, atualmente, mais afeta nossas crianças e idosos”, relata.
Saúde mental
Com foco no bem-estar psicológico, o Programa Cuidados em Saúde Mental e Atenção Psicossocial: Avaliação, Manejo e Seguimento nos Territórios (Smaps) ofertou cerca de 80 vagas para profissionais de ensino superior do Distrito Sanitário Especial Indígena (Disei/CE).
A iniciativa contempla cursos com carga horária de 180 horas. Iniciadas no último dia 4 de julho, as capacitações vão seguir um cronograma pelos próximos cinco meses.
Proteção à infância e à adolescência
Ainda em fase de planejamento, a capacitação Rede de Proteção à Infância e Adolescência em Situação de Violência é intersetorial, mas agora vai ser direcionada, também, à saúde indígena.
O curso está inserido no contexto do sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência, buscando refletir e ampliar o olhar para a promoção das ações intersetoriais da rede de proteção à infância e adolescência no estado do Ceará.