Profissionais da Saúde participam de seminário do Comitê Internacional da Cruz Vermelha

9 de novembro de 2022 - 10:28 # # # # #

Texto: Juliana Marques Fotos: Raiane Ferreira


No encontro, foram discutidas respostas ao impacto da violência armada na saúde mental e psicossocial de comunidades e profissionais dos serviços públicos

Profissionais e trabalhadores da Saúde ocuparam o auditório principal da Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE) nesta terça-feira (8), durante o seminário internacional Consequências Humanitárias da Violência Armada: reflexões e propostas para fortalecer respostas sustentáveis em Fortaleza.

O evento é resultado de uma parceria entre a Escola, autarquia vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

No encontro, foram discutidas respostas ao impacto da violência armada na saúde mental e psicossocial de comunidades e profissionais dos serviços públicos na área. Participaram do seminário representantes do CICV, da Sesa, da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) e da ESP/CE.

Segundo o superintendente da Escola, Marcelo Alcantara, é preciso analisar a temática com aspectos positivos. “O enfrentamento ao problema da violência encontra os pilares do nosso Sistema Único de Saúde (SUS), disponibilizando acesso de todas as pessoas que vivem no Brasil à saúde e de maneira segura”, disse.

Violência em debate

De acordo com o chefe de operações da Delegação Regional para Brasil, Chile, Paraguai, Argentina e Uruguai do CICV, Laurent Wildhaber, as consequências da violência armada vão além das causas visíveis. “Precisamos analisar todos os cenários que são resultados da violência, como o fechamento de escolas e de postos de saúde. Isso impacta diretamente o acesso ao serviço público. Nossa discussão é para tentar encontrar algumas medidas de redução desses efeitos na assistência”.

A gerente da Atenção Secundária da SMS, Keyla Souza, sentiu o impacto da violência enquanto atuava como gestora de uma unidade de saúde, durante a campanha de vacinação contra a covid-19. “Um dos pacientes entrou na sala e, na hora de administrar a vacina, ele mostrou que estava armado. A equipe ficou muito nervosa. Eu tinha o contato direto do comando da polícia e eles rapidamente chegaram e agiram da melhor maneira possível”, afirmou.

Termo de cooperação

Durante o encontro, Laurent Wildhaber e Marcelo Alcantara também assinaram um termo de cooperação formalizando o interesse de realizar ações conjuntas para atenuar as consequências humanitárias da violência.

A parceria visa a efetivar atividades de suporte em saúde mental e apoio psicossocial diante de situações de violência armada, além de implementar a metodologia de gestão de riscos de Comportamentos Mais Seguros (CMS), do Programa Acesso Mais Seguro para Serviços Públicos Essenciais (AMS). Serão oferecidos treinamentos na modalidade educação a distância.

A capacitação promovida pelo CICV contempla estudantes e profissionais vinculados à ESP/CE que prestam serviços essenciais à população em áreas vulneráveis.