Ceará é escolhido pelo Centro de Controle e Prevenção de Atlanta, nos EUA, para projeto-piloto no Brasil de vigilância hospitalar

22 de outubro de 2021 - 10:56 # # # #

Texto: Suzana Mont'Alverne (Assessoria de Comunicação da Sesa) | Fotos: Felipe Martins/HGF

 
O estado cearense foi escolhido por dar respostas em tempo hábil às demandas do Ministério da Saúde (MS) em vigilância nos equipamentos hospitalares

O Ceará foi selecionado para implantação de projeto internacional de vigilância em saúde baseado em eventos nos núcleos epidemiológicos dos hospitais. A iniciativa, vinculada ao Centro de Controle e Prevenção (CDC) de Atlanta (EUA), é piloto no Brasil. O estado cearense foi escolhido por dar respostas em tempo hábil às demandas do Ministério da Saúde (MS) em vigilância nos equipamentos hospitalares. No momento, a equipe da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) está avaliando os hospitais que farão parte da proposta.

Os setores de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (VEH) têm um papel fundamental para as políticas públicas em saúde. Ações de controle de doenças, identificação de fatores que condicionam agravos, planejamento e organização dos serviços de saúde estão entre as responsabilidades da VEH.

A estratégia possibilitará avanços na área e na proposta de ampliação da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Renaveh), que está em andamento. O projeto terá duração de dois anos.

A orientadora da Célula de Informação e Respostas às Emergências em Saúde Pública (Cerem), Sheila Santiago, reforça que “serão definidos os sinais (e sintomas) de alguns agravos para que as equipes dos hospitais fiquem alerta e nos sinalizem para, de imediato, romper uma cadeia de transmissão”.

O Ceará foi indicado ao Centro pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do MS, em parceria com a Renaveh.

Eventos e fluxo

São exemplos de sinais e eventos em hospitais: profissionais de saúde que desenvolvem doenças graves ou morrem de doenças semelhantes às vivenciadas pelos pacientes que estavam sob seus cuidados; aumento inesperado no número de pacientes com sintomas semelhantes; dois ou mais pacientes com uma doença de origem infecciosa semelhante e que vêm da mesma localidade; e qualquer paciente com doença respiratória aguda grave que necessite de hospitalização e que tenha sido recentemente exposto a animais doentes ou mortos.


Equipe da Secretaria da Saúde do Ceará está avaliando os hospitais que farão parte da proposta

Um fluxo organizacional mais eficaz e fácil também será uma possibilidade com a implantação do modelo. “O controle no âmbito hospitalar será extremamente importante pois capturamos, de forma organizada e rápida, as informações sobre os eventos que constituem um risco potencial para saúde pública”, pontua Santiago.

O fluxo funcionará da seguinte forma: a equipe de saúde detecta e reporta sinais ao Núcleo Hospitalar Epidemiológico (NHE) que, por sua vez, conduz a triagem e verificação de sinais, que podem se tornar eventos. “Todos os eventos passam, então, a ser investigados e reportados ao Renaveh estadual”, explica a orientadora.