Pesquisa científica sobre impacto do coronavírus começa por Fortaleza nesta terça-feira, 2

1 de junho de 2020 - 19:34 # # # # # #

Daniel Araújo - Ascom ESP Texto | Carlos Gibaja Fotos

Outros municípios também serão pesquisadas. Cerca de 120 profissionais de saúde receberam treinamento para pesquisa na ESP

O Governo do Ceará, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), iniciou as atividades da pesquisa “Inquérito Sorológico” que avaliará os impactos do coronavírus na capital cearense. Nesta segunda-feira (1º), cerca de 120 profissionais passaram por treinamento na Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE).Na terça-feira (2) começam os testes rápidos domiciliares em 39 bairros da Capital, de todas as regionais, contemplando cerca de 10 mil moradores de Fortaleza.

“É a maior pesquisa epidemiológica do País em número de quantidade e com isso nós vamos ter a oportunidade de identificar o número de pessoas já infectadas, que já tiveram coronavírus em Fortaleza. A gente pretende fazer essa pesquisa em outros municípios mais na frente, mas vamos iniciar aqui na capital onde é o epicentro ainda do problema, onde está concentrado o maior número de casos. Portanto essa amostra dessa pesquisa vai nos dar informação muito importante para tomadas de decisões futuras da equipe da Saúde”, explicou o governador Camilo Santana, durante live nas redes sociais.

Durante toda esta segunda-feira, a equipe de pesquisadores, composta por enfermeiros que atuam pela SMS, recebeu capacitação na ESP. De acordo com Erlemus Soares, Gerente da Atenção Primária do Município de Fortaleza e coordenador da capacitação, a ação ocorreu por meio de três estações. Uma parte dos profissionais participava de uma exposição sobre a dinâmica da pesquisa em seus aspectos gerais, outro grupo realizava treinamento prático da aplicação dos testes rápidos e procedimentos de biossegurança e outra parcela se reunia para o recebimento do kit de material de segurança.

“Tentamos ao máximo evitar aglomerações, seguindo todas as normas de segurança. Sessenta profissionais participaram das atividades pela manhã e outros 60 pela tarde”, ressalta Erlemus. Em cada uma das estações havia um limite de até 30 enfermeiros e supervisores por atividade.

As três fases do estudo ocorrerão de 2 a 12 de junho, entre 25 de junho e 5 de julho, e finalizando no período de 16 a 26 de julho. Cada fase da pesquisa usará 3.300 testes rápidos. O trabalho contará com coordenação do Instituto Opnus de Pesquisa e Opinião.

A pesquisa trará importantes dados sobre a quantidade de pessoas que tiveram contato com o vírus e desenvolveram anticorpos, além da possibilidade de se estimar o percentual de infecções assintomáticas. Isso irá permitir obter cálculos mais precisos da letalidade da doença. “Com isso, poderemos avaliar quantas pessoas na capital já tem imunidade para o vírus”, completa Magda Almeida, secretária executiva de vigilância e regulação da Sesa.

Abrangência dos testes

As residências serão selecionadas sistematicamente e o morador escolhido por meio de sorteio. No caso dos menores de idade e incapazes, os testes serão feitos mediante autorização dos pais ou responsável.

As coletas serão realizadas por enfermeiros da SMS, com apoio de campo de agentes comunitários de saúde e supervisores do Instituto Opnus. Todos os pesquisadores também estarão identificados com crachá e portarão panfletos informativos sobre a pesquisa, além de termos de consentimento para participação. Para garantir a segurança tanto dos profissionais quanto da população, a equipe de pesquisa estará com equipamentos de proteção individual (EPIs), como touca, avental, óculos, máscara e luvas, e adotarão os protocolos recomendados pelos órgãos de saúde.

O teste rápido revelará o resultado em 15 minutos, após uma simples picada na ponta do dedo para a coleta de uma gota de sangue. Enquanto o resultado estiver sendo aguardado, os pesquisadores irão aplicar um questionário com informações sobre sexo, idade, escolaridade, condições de saúde e possíveis sintomas que o morador tenha sentido recentemente.