Colóquio divulga tratamento do tabagismo

28 de maio de 2019 - 10:58 # # #

Assessoria de Comunicação e Marketing

A nicotina, presente no cigarro, é uma droga extremamente viciante, e causa dependência física e psicológica. No Brasil, o tabagismo é responsável por mais de 120 mil mortes ao ano. Atenta aos problemas de saúde causados pelo cigarro, a Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins promoveu, na manhã de hoje (28/05), o II Colóquio Impacto das Ações de Prevenções do Tabagismo no Ceará. A iniciativa foi coordenada pelo Centro de Extensão em Saúde da ESP/CE.

Voltado para lideranças comunitárias, o evento apresentou exposições de gestores públicos que trabalham em ações desenvolvidas na prevenção e no controle do tabagismo no Ceará. Dos debates participaram Leda Albino, do Centro de Saúde Meireles; Tainá Ribeiro, fonoaudióloga da Universidade de Fortaleza; Eurice Moraes, coordenadora da Célula de Tabagismo da Secretaria de Saúde do Ceará.

Antes dos debates, foi exibido um vídeo do médico Dráuzio Varella, onde ele esclarece sobre os males do tabagismo. Entre eles, segundo o médico, as principais doenças provocadas pelo uso do cigarro são: hipertensão arterial, infarto do miocárdio, aterosclerose, bronquite crônica, angina pectoris, tromboangeíte obliterada, enfisema pulmonar, cânceres de pulmão, boca, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, bexiga, rim, faringe, colo de útero, mama, reto, intestino e próstata.

De acordo com Dráuzio Varella, quanto mais tempo a pessoa fuma, mais difícil é largar o vício e maiores são as chances de desenvolver algum tipo de doença relacionada ao tabaco. Ele alertou que para abandonar o vício são necessárias algumas atitudes como: grande motivação individual, estabelecer uma data específica, solicitar a ajuda de um profissional a fim de obter remédios para passar pela síndrome de abstinência da melhor forma possível.

Programas de controle

No Ceará, os fumantes que desejaram largar o vício podem procurar dois programas de ajuda, oferecidos pelo governo estadual. Um deles é o Programa de Controle do Tabagismo do Hospital de Messejana. Iniciado em 2002, o programa foi o primeiro tratamento com distribuição gratuita de medicação para aliviar os sintomas de abstinência. O sucesso terapêutico do tratamento é elevado, com taxa de abstinência tabágica de 48% por ano.

Outro programa é realizado pelo Centro de Saúde Meireles, da Secretaria de Saúde do Ceará. Iniciado em 2012, o programa já atendeu até hoje 1.052 pessoas, com um saldo positivo de 72% na taxa de abstinência. A ouvidora do Centro de Saúde, Leda Albino, disse que o programa tem duração de três meses e consta de tratamento terapêutico em grupos de fumantes que são atendidos nas terças e quarta feira, no período da tarde. Hoje, segundo ela, existem 42 grupos contemplados pelo programa. Os fumantes inscritos passam por uma triagem e são submetidos a um tratamento que obedece a um fluxograma de atividades.

Após a avaliação inicial, o paciente passa a fazer parte do grupo de apoio, no qual é realizado o tratamento padrão, baseado na abordagem cognitivo-comportamental, uso de antidepressivos e terapia de reposição nicotínica. Além do acompanhamento multiprofissional, o paciente é orientado a adotar hábitos saudáveis, como a prática de esportes e a educação alimentar para que o tratamento seja bem sucedido.

Redução

O Ceará é o segundo estado, junto a Roraima, com a maior redução de fumantes O índice de população de fumantes de Fortaleza caiu 1,3 ponto percentual em dois anos, o que equivale a 15% da população fumante ou 39,1 mil pessoas a menos consumindo tabaco. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, 7,3% dos fortalezenses eram fumantes em 2016, enquanto em 2014 eram 8,6%.

A prevalência de fumantes de Fortaleza é uma das menores entre as capitais brasileiras. A menor é a de Salvador (5,1%). As maiores são Curitiba (14%), Porto Alegre (13,6%) e São Paulo (13,2%). Entre 2006 e 2016, a redução do número de fumantes foi de 35% nas capitais brasileiras. Os dados são da Pesquisa Vigitel 2016 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). A pesquisa foi feita por telefone nas 26 capitais e Distrito Federal e contou com 53.210 entrevistas. Nos últimos anos, a prevalência de fumantes caiu de 15,7%, em 2006, para 10,2% em 2016.