Perspectivas da Participação Popular são debatidas na ESP/CE

20 de março de 2017 - 11:55

Seg, 20 de março de 2017 16:58

 

 

 

Não há arquitetura de participação sem que o sujeito social se reconheça como tal. Essa foi uma das ideias que o deputado estadual Renato Roseno (PSOL) partilhou com os residentes do Programa de Residência Multiprofissional da Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS-ESP/CE) em palestra realizada na última sexta-feira, 17. A conversa se deu em mais um encontro do programa “Café com Política”, organizado pela RIS-ESP/CE dentro da semana de imersão dos profissionais-residentes.

Ao discutir questões relativas à participação popular e controle Social, Roseno estruturou sua fala em torno de conceitos como protagonismo, autonomia e emancipação. De acordo com o parlamentar, essa arquitetura participativa só se constitui quando o cidadão toma consciência de seu papel nas estruturas sociais de poder.

“É necessário pensar que só há participação real se o sujeito social se faz sujeito político. E para tal é necessário que ele reconheça sua identidade, sua historicidade, a sua territorialidade”, reforça Roseno, lembrando que essa emancipação não vem da esfera institucional tradicional. “Não vem do Planalto, não vem do Fórum. Ela não vem de cima. Porque a libertação não é uma dádiva. É uma construção”, afirma.

O deputado alertou para a necessidade de pensarmos a estrutura social brasileira numa perspectiva emancipatória. “A política social no Brasil nunca foi uma política econômica, apesar da repercussão fiscal positiva das políticas sociais. A arquitetura de participação é boa e correta, mas ela não dá conta sozinha da contradição do ajuste estrutural. E se torna um local de cooptação”, argumentou.

 

Apesar da complexa exposição acerca dos diversos desafios que a participação popular enfrenta no Brasil rumo à sua consolidação, como a crise do sistema representativo e o esvaziamento das tensões entre “Estado Aparelho” e “Estado Comunidade”, Roseno aposta na auto-organização dos sujeitos como alternativa a uma real mudança do cenário político-social.

 

 

“A minha única aposta é na indignação organizada. Ela faz o sujeito social tornar-se sujeito político e esse sujeito político torna-se sujeito revolucionário. Ela confronta o poder e desnuda as estruturas sociais profundas de classe, raça e de gênero”, finalizou.

 

Ainda na sexta-feira, 17, os residentes realizaram uma apresentação e acolhimento a partir do tema: “Articulação Comunitária e Fortalecimento da Participação e Controle Social”.

 

 

 As atividades que compõem a Semana de Imersão da RIS-ESP/CE seguem até esta sexta-feira, 24. Durante esse período, os profissionais de saúde-residentes ingressarão em um cenário de prática específica (municípios e hospitais).

 

 

 

De acordo com a coordenação, será a partir desse embasamento teórico e metodológico, que as equipes de profissionais terão elementos para construir seus processos de trabalho, desenhando de forma protagonista os caminhos da atuação-formação nos cenários de prática.

 

 

 

 

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