RIS-ESP/CE debate desafios nas políticas de equidade no SUS

21 de março de 2019 - 10:02

Assessoria de Comunicação e Marketing - ESP/CE | ascom@esp.ce.gov.br

 

As atividades da Semana de Imersão da Turma VI do Programa de Pós-Graduação na modalidade Residência Multiprofissional em Saúde / Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS-ESP/CE) tiveram continuidade durante toda essa quarta-feira, 13. Ao longo de todo o dia, uma série de ações integraram os cerca de 300 residentes que compõem a presente turma, além dos gestores e demais profissionais que compõem o quadro da instituição.

Entre essas atividades, destacou-se o painel “Os Desafios das Políticas de Equidade e o SUS”, que trouxe uma frutífera discussão sobre o que as populações em situação de vulnerabilidade esperam dos profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). A mesa recebeu representantes e lideranças de diferentes Movimentos Sociais: Populações Negra, Indígena, LGBTI, Juventude em Privação de Liberdade, Populações dos Campos, Florestas e Águas.

Falando diretamente aos residentes e futuros profissionais do nosso sistema de saúde, Fran Costa, representando a população LGBTI, problematizou as motivações e desejos desses novos atores que estarão inseridos na rede de saúde nos próximos anos. “Para estar em um lugar atuando como profissionais de saúde do SUS, vocês precisam se desinstitucionalizar e se desterritorializar dessa estrutura que está aí construída”, orientou, concluindo que “Se vocês querem trabalhar com a gente, vocês precisam criar elos conosco. Não há outro jeito”.

Essa dinâmica do acolhimento e de uma maior humanização nos serviços ofertados na saúde também foi ressaltada por Thelma Tremembé. Representando a comunidade indígena, a escritora e artesã, destacou a relevância de um atendimento e de práticas mais humanizadas e pautadas em uma premissa de alteridade. “Como vocês nos entenderão se não nos conhecerem”, partilha. “Muitas vezes o profissional tem receio de abraçar um paciente, mas você pode dar um sorriso. Dessa forma você está acolhendo aquela pessoa”, direciona.

O encontro que parte dessa prerrogativa de alteridade foi da mesma forma colocada por Sara Ortins, representante das Populações dos Campos, Florestas e Águas. “Discutir politica de saúde para as populações é discutir também modelo de sociedade. Será que esse modelo de sociedade que a gente vive, desenvolvimentista, predatório, ele é produtor de saúde?”, interroga. Para Sara, a Política Nacional de Saúde da População dos Campo traz essa discussão sobre um outro modelo de saúde e de vida. “É discutir agricultura familiar, agroecologia”, resume.

Programação

Durante toda essa semana, as dependências da ESP/CE contarão com diferentes atividades de convívio, práticas integrativas, espaços criados para a prática de cuidado do corpo e da mente como massoterapia, auricoloterapia, entre outras ações, além de rodas de conversa, exposições dialogadas, além de toda uma programação feita e pensada para os cerca de 300 novos residentes que farão parte da 6ª turma do programa nos próximos dois anos.

Alan Tavares, residente da Ênfase em Saúde Mental da Turma V, participa do coletivo de residentes e tutores que pensaram juntamente a programação dessa Semana de Imersão. “Tudo o que pensamos nessa imersão está baseado na nossa vivência enquanto residentes, assim como nas macrocompetências da RIS”, explica.

A agenda da Semana de Imersão encerra-se nesta sexta-feira, 15, a partir das 8 horas da manhã. Ao longo de todo o dia a programação contará com mesas de debates sobre o papel do residente no SUS, participação popular e controle social, além da atuação do Fórum Cearense de Residência em Saúde no cenário das Residências Multiprofissionais em Saúde do Ceará.